O Piloto americano teve de ceder seu carro para o companheiro de equipe, após Alex Albon ter destruído seu chassi em acidente. Automaticamente o comentário de parte da equipe de transmissão da Band foi; “esta é a maior contribuição do piloto para a Williams desde que foi contratado”.
Opinião Regii Silva:
A condição imposta ao piloto da
Williams foi humilhante? Sim.
A condição imposta ao piloto da
Williams deveria ser motivo de chacota para o narrador e um dos comentaristas?
De maneira nenhuma.
Ao pedir que Logan cedesse o
carro para Albon, a equipe Williams alegou que o piloto Tailandês tivesse mais
chance de pontuar, isso é verdade, tanto que Alex ficou a uma posição da zona
de pontuação. A ironia usada na transmissão foi desnecessária justamente por
ser uma situação óbvia. Não havendo a menor necessidade de diminuir o piloto,
ou colocar isso de forma depreciativa. Mas esse tom de chacota sempre aparece
quando se trata de pilotos tidos como pagantes.
Façamos um simples exercício de
trocar a nacionalidade de Logan Sargeant, de americano para brasileiro, quais seriam
os comentários? No mínimo diriam que isso é inadmissível, um desrespeito ao
piloto.
A “humilhação” de Sargeant em ter
que ceder o chassi para o companheiro, poderia se comparar ao ato de ter que
tirar o pé poucos metros antes da linha de chegada e ceder a vitória ao companheiro?
É mais “humilhante” que ouvir um “faster than you” enquanto lidera uma corrida
e ter de ceder a posição ao companheiro? Estamos falando aqui de dois dos
grandes pilotos da Formula 1, ambos com vitorias na categoria no memento destas
ordens, infinitamente mais qualificados que Logan Sargeant, e não teria sido
com eles tão humilhante ou mais? O que ouvimos nestes dois casos durante as
transmissões foi que ambos foram vítimas das maiores injustiças da Formula 1 de
todos os tempos. Porém Sargeant não, esse merece, piloto pagante, está lá
tomando o lugar de “direito” de um brasileiro melhor qualificado, porém sem o
dinheiro necessário para vaga. Afinal somos brasileiros, melhores que qualquer
piloto, porém somos um povo sofrido, talentoso, mas preterido pelos dólares dos
Sargeants e Strolls espalhados pelo mundo.
Sigamos com a humilhação, vejamos
o caso de outro pobre coitado conterrâneo nosso, que se viu obrigado a bater o próprio
carro para novamente favorecer um companheiro. Mas isso não é nada, pior é ter
que ceder o chassi né?
Fosse Sargeant brasileiro, agora
terminada a corrida e tendo Alex Albon chegado “apenas” em decimo primeiro, sem
ter marcado um único ponto sequer, talvez o comentário da transmissão, a
exemplo do "Chupa Alonso" de 2013, hoje fosse “chupa Albon”. Mas é só mais um
Americano abastado, roubando a vaga de um talentoso brasileiro, então não fez
mais que a obrigação, ou finalmente fez sua maior contribuição para a equipe.
Entra ano e sai ano, a síndrome de
vira-latas permanece intacta.
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