Ano após ano, atletas repetem os mesmos erros e esperam que
uma simples mudança de calendário traga algo diferente.
Ignorar um espaço de tempo a espera de um dia ou mês especifico,
é o famoso sextou, que começou com uma brincadeira em redes sociais e está cada
vez mais presente no inconsciente coletivo, tornando a segunda-feira cada vez
mais odiada e o final de semana cada vez mais aguardado. Mas o que isto tem a
ver com o automobilismo?
Pra mim, 2023 serão 365 dias ouvindo os mesmos mantras “automobilismo
é muito difícil” ou “é impossível conseguir um patrocínio” entre outros. A
questão é o que você fez de janeiro a dezembro do ano para que esse seja
diferente? A grande maioria só reclamou mesmo.
Estamos no dia 12 de janeiro e já fui procurado por três pilotos
me pedindo conselhos de como conseguir viabilizar o ano que já começou e estão
sem perspectivas. Curiosamente um destes estava na lista de 5 pilotos para os
quais enviei um convite para uma Mentoria especifica, justamente para tratar de
patrocínio, e o mais interessante, isso foi no mês de setembro do ano passado.
A resposta deste, foi que até gostaria, mas pagar três mil e quinhentos naquele
momento seria inviável.
Pois bem, dezembrou, a grande maioria das empresas fecharam suas
verbas de marketing para este ano, em outubro, novembro no máximo. Mas finalmente
dezembrou, férias, um merecido descanso para quem passou onze meses esperando. “Em
2023 tudo será melhor, vou finalmente conseguir um apoio, vou mostrar todo o
meu talento, vou ser campeão. Ano novo, vida nova”.
O automobilismo é sim um dos, senão o esporte mais difícil entre
todos, mas nem por isso a cada ano deixam de surgir milhares de novos
praticantes, novos concorrentes, talvez com mais energia que você ao buscar as
vitorias, mais aplicados que você na busca por apoio. Você olha para o lado e
vê um novato alinhando para a próxima corrida e se pergunta; “como esse cara
veio parar aqui”. Em seguida você vê ele no pódio, lugar onde em anos de
carreira você visitou muito pouco. Aí vem aquelas velhas afirmações; “deve ter grana”
ou “o patrocinador deve ser amigo da família”.
Quer entender a dificuldade do automobilismo? Siga o piloto
Thiago Camilo no Instagram. Vou dar aqui um pequeno spoiler:
Fisicamente? Uma máquina, quase 0% de gordura corporal. Treina
no mínimo 6 dias por semana. Tem força, resistência e condicionamento que fazem
a diferença quando está pilotando.
Tecnicamente? Ocupa o top 5 dos melhores pilotos em atividade
na Stock Car, na opinião de muita gente que entende de automobilismo. Três vezes
vencedor da Corrida do Milhão, prova das mais disputadas da Stock Car.
Profissionalmente? Um dos mais comprometidos com a imagem dos
patrocinadores e com a própria. Atualmente tem o patrocínio de uma das maiores
empresas do mundo em distribuição de combustíveis, a Ipiranga.
Toda esta introdução pra dizer que neste ano, Thiago Camilo
completa vinte anos de Stock Car e, embora com toda a introdução acima, o
piloto ainda persegue seu primeiro título na categoria principal no nosso
automobilismo.
E você aí, esperando chegar 2023 e tudo mudar num passe de mágica.
Deixa eu te contar uma coisa. Os vencedores de todos os campeonatos deste ano,
trabalharam para isso em 2022. Em automobilismo é preciso estar sempre um, dois
anos a frente. Comece já, em janeiro a buscar seu 2024, ou siga repetindo que é
tudo muito difícil. Sempre haverá um sextou para relaxar, um dezembrou para
esperar que as coisas aconteçam de forma diferente no ano seguinte.
Automobilismo não é um esporte difícil, é um exporte fácil para
pessoas fortes. Patrocínio não é difícil de se conseguir, desde que você não o
veja como esmola ou presente, e se dedique ao buscar tendo sempre mais a
oferecer do que o patrocinador espera receber.
Façam um excepcional 2024, pois 2023 já passou.
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