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Stock Car: Caos nos boxes poderia ter sido pior.

 


Três carros batidos, três mecânicos feridos e mais de um minuto para a direção de prova tomar uma atitude.

Opinião Regii Silva:

Primeiro o mais importante, os mecânicos da RCM, Eslaeu Correia, Daniel Asensio e Lucas Loures estão bem e já voltaram para Curitiba.

Segundo e menos importante, o incidente. Culpar o autódromo de Santa Cruz do Sul, seria como descobrir uma traição no sofá de casa, vender o sofá e seguir a vida. A pista está lá a anos, a largura do pit-lane é a mesma a anos e a Stock Car conhece bem a pista, corre lá por que quer.

Num incidente como estes, não existe vilão, o que existe são tomadas de decisões certas e erradas. Errada como a liberação do carro #5 de Denis Navarro, basta rever o lance para perceber que o mecânico que segura o “pirulito” está olhando diretamente para o que troca o pneu e assim que a troca termina ele libera o carro e só depois olha para a pista. Culpado? Não pelo acidente, mas sim por liberar o carro no momento errado. Vale dizer que praticamente nenhuma equipe tem este cuidado e explico; na maioria das pistas em frente a área de boxes existem duas faixas de rolamento, uma externa e uma interna. Quando um carro é liberado ele imediatamente pula para a primeira faixa e em seguida passa para a externa. É algo automático e realmente não se tem um cuidado maior no momento de se liberar um carro. Porem numa pista como Santa Cruz deveria ser assunto de briefing essa questão, não sei se foi.

Como disse, as tomadas de decisões é que acabam sendo responsáveis por acidentes, até por que, ninguém em sã consciência gostaria que algo acontecesse de ruim, nem para seus comunheiros de equipe e nem para os adversários. É aí que a meu ver a pior tomada de decisão neste caso foi a da direção de prova que, mesmo estando numa posição privilegiada, demorou infinitos 1 minuto e 5 segundos para tomar a decisão errada de liberar o SC para a pista, errada pois em regime de Safety Car a estrada do Box é fechada mas a saída não, e mesmo após uma dezena de carros terem passado pelo local do acidente, em frente o último box, onde havia uma ambulância atendendo os feridos e uma aglomeração de mecânicos de várias equipes tentando apoiar e sinalizando a pista, sim, poderia ter sido muito mais grave do que foi.

Tenho a plena convicção, independente do que diga qualquer regulamento, se é que existe um para o caso de ontem, de que a bandeira vermelha deveria ter sido dada em no máximo 10 segundos após terem visto três carros batidos no pit-lane, três mecânicos caídos e um espaço que mal cabia um carro para a saída de box.

 Aí já entram outras questões como atraso na grade de transmissão da corrida e outros detalhes que nem deveriam estar sendo cogitados quando o assunto é a integridade física de profissionais cujo a ausência dos mesmos nem existiriam corridas.

O mínimo que a gente espera a partir deste final de semana é que se tenha um cuidado maior ao se liberar um carro para a pista e que multas pesadas sejam aplicadas as equipes que não tomarem esse cuidado.

De positivo nisso tudo, a solidariedade entre mecânicos dos boxes mais próximos do acidente. As vitorias de Ricardo Mauricio na corrida 1 e Rubens Barrichello na 2 ficam e devem sempre ficar em segundo plano diante do que houve.


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