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Stock Car: Mais solidária e menos democrática.

 


A confirmação da Corrida do Milhão Solidário foi uma grande sacada, mas, até que ponto os envolvidos estão sendo consultados nas ultimas decisões da maior categoria do nosso automobilismo?

Opinião Regii Silva:

A Stock Car atual está longe de ser considerada democrática, até concordo em partes, afinal, ali não é uma Assembleia Legislativa, é preciso ter comando e tomada de decisões que certamente não agradarão a todos. Nos últimos meses, devido a pandemia, diferente dos outros anos, algumas decisões acabaram sendo tomadas e com elas grandes mudanças, datas, formato da competição e agora a realização da corrida do milhão, sem milhão, são acontecimentos que, especificamente neste momento, no meu entender, deveria ter tido um maior envolvimento dos times.

O formato de competição com descartes de resultados, o famoso “lastro de sucesso” que, ao meu ver, só serve pra punir a competência, entre outras decisões, claro, sempre com o intuito de melhorar, acredito que organizador nenhum tomaria medidas para prejudicar o próprio evento, mas, as vezes olhar só para o evento em si, e sua continuidade no futuro pós pandemia, talvez não seja a atitude mais acertada, afinal o evento só existe porque grandes equipes e pilotos mundialmente reconhecidos fazem parte dele.

Falando especificamente da Corrida do Milhão, num primeiro momento é muito bonito ver a mobilização de uma Categoria em prol de entidades, que imagino sejam idôneas e mereçam toda a ajuda possível num momento como este, mas é preciso entender também que dentro do próprio evento existem equipes atravessando dificuldades e empregos em risco. Qual mecânico entre todos não espera a chegada desta corrida, sonhando com o rateio do prêmio milionário, como um funcionário de grandes empresas esperam sua PLR todo ano? A resposta é quase que automática, pelo menos estamos mantendo seus empregos. Aí eu questiono, e quantos já foram demitidos? Quantas equipes fecharam as portas nos últimos anos? Hoje basta olhar para o grid de 25 carros para entender que a Categoria que já teve mais de 30, de um modo geral passa por dificuldades, equipes tradicionais sem a menor perspectiva para o próximo ano, ou com a continuidade em risco ainda para este ano.

Pessoas estão precisando de ajuda? Sim, no mundo inteiro, grandes empresas podem ajudar? Sim e estão de certa forma ajudando, embora não seja apenas um ato altruísta, terão um retorno de mídia fantástico. Equipes e pilotos devem ser solidários? Sim, desde que por vontade própria.

No geral, é até legal, agora, antes da corrida, aquela sensação de estar fazendo uma “boa ação”, aqui no Sul usamos a expressão “ fazer festa com o chapéu alheio”, o que não foge muito do que o automobilismo realmente é, afinal, é feito com dinheiro alheio. No final, apenas um piloto e uma equipe estarão realmente doando seu prêmio.

Conheço dois ou três pilotos que nem mesmo sabem se estarão no grid na etapa seguinte a Corrida Solidaria, aí fico pensando, e se um deles vence? Por mais que possa parecer impossível, mas, e se vence? E se aquela equipe que também corre o risco de não terminar a temporada vence?

Ser solidário é fundamental, o que não se pode é querer curar o mundo, quando se tem um doente embaixo do próprio teto.

 


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