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Formula 1: Ferrari colabora para dobradinha da Mercedes em Sóchi.

   Imagem: Twitter @f1


Lewis Hamilton vence corrida improvável se aproveitando da estratégia, mal executada, pela rival, Bottas termina em segundo e Leclerc fecha um pódio que tinha tudo para ser diferente.

Opinião Regii Silva:

Primeiro vamos deixar claro que, boa estratégia é aquela que funciona, e a da Ferrari, de usar Leclerc que largava na pole, para fornecer vácuo à Vettel, que largava em terceiro, foi bem planejada e muito mal executada. O que a Equipe pretendia com essa manobra, era fazer com que Sebastian Vettel contornasse a curva dois na frente de Hamilton, não de Leclerc.

Primeiro erro: Leclerc trouxe Vettel em seu vácuo e permaneceu do lado esquerdo da pista até o ponto de freada, quando na realidade, deveria se colocar a direita, ou seja, do lado de dentro, logo após Vettel ter se colocado a frente de Hamilton. Ali, Leclerc teria cumprido seu papel e permaneceria à frente.

Segundo erro: A Equipe e Leclerc, confiaram que Vettel, tendo ultrapassado Hamilton, devolveria em seguida a posição, o que não aconteceu, a sequência de conversas via rádio que seguiram, tornou clara a intenção de Vettel, de abrir o máximo de vantagem possível para o companheiro, esperando talvez que fosse ultrapassado por Hamilton. O fato é que o Alemão desobedeceu claramente uma ordem direta da Equipe.
           
Terceiro erro: Não vou afirmar, até porque não saberemos nunca, mas, na tentativa de Vettel, de se desgarrar do pelotão e abrir o máximo de vantagem, impôs um ritmo muito forte em um carro que, agora sabemos, teria problemas à frente, e a dúvida que fica é se realmente haveria tal quebra caso o ritmo adotado fosse outro. Mas o erro não foi exatamente este, quando a Ferrari avisou via rádio que Vettel tinha problemas e precisava parar o carro imediatamente, obviamente ele poderia ter “estacionado” em um local que não provocasse uma SC. Aí alguns o defenderão dizendo que a ordem foi para que desligasse o carro imediatamente, concordo, mas se notarem nas imagens, Vettel para sua Ferrari a poucos metros de um dos portões para recolhimento dos carros. Me atrevo a dizer poderia ter parado em frente ao portão e o carro seria imediatamente empurrado para fora.

Daí pra frente, uma corrida que era da Ferrari caiu no colo de Lewis, Bottas segurou Leclerc, não para ajudar Hamilton, mas sim porque seu ritmo era aquele mesmo. Some isto ao fato da direção de prova demorar quatro voltas para habilitar o uso do DRS e o resultado foi que vimos a seguir.

A Ferrari aprendeu uma lição, “quem tudo quer nada tem”, tivesse se contentado com a pole de Leclerc e deixado a responsabilidade de atacar as Mercedes exclusivamente com Vettel, talvez o resultado tivesse sido diferente. O time de Maranello, embalado pelos últimos resultados, antes mesmo de saber se venceria a corrida, antes mesmo da largada, priorizou uma possível dobradinha de seus carros, com isso, ainda que sem querer, contribuíram para a dobradinha da Mercedes.

A Mercedes apostou todas as suas fichas num SC e isto começou no Q2 no sábado, ao escolher o composto médio para a largada, assumiu o risco de ver a Ferrari abrir durante as 15 primeiras voltas, porém, seus carros teriam muito mais tempo de pista e um provável SC lhes permitiria até ultrapassar os rivais no pit, só não imaginavam que uma Ferrari provocaria a entrada do SC. Esta súbita melhora Ferrari, está fazendo com que o título iminente de Hamilton seja valorizado, mostrando que o Inglês, em situações adversas como no Quali, conseguiu, mesmo com um carro inferior, se colocar a frente de Vettel no grid, e com isso indiretamente provocou mais uma instabilidade nos rivais.

Na RBR, há que se destacar a excelente corrida de Alexander Albon que largando do final do pelotão acabou garantindo um ótimo quinto lugar, bem atrás do companheiro Verstappen, que fez uma corrida dentro das possibilidades do carro, a equipe que era tida como uma das favoritas ao lado da Mercedes, acabou sofrendo na pista Russa e o quarto e quinto lugares, ficaram de bom tamanho.

Na McLaren, mais que o bom ritmo apresentado por Carlos Sainz, após uma largada em que ameaçou Lewis Hamilton e ganhou a posição de Bottas, a novidade do final de semana ficou por conta do anuncio da retomada da parceria com a Mercedes, que passara a fornecer as unidades de potência ao time Inglês a partir de 2021.                      

A Formula 1 segue nos surpreendendo corrida após corrida, e vem tornando a temporada 2019, uma das mais empolgantes dos últimos anos, mesmo já tendo praticamente sacramentado o sexto título, merecido, de Lewis Hamilton.    

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