Felipe Massa, Nelsinho Piquet,
Formula-E e público, ninguém ganha nada com este triste episódio.
Opinião Regii Silva:
Esperar que pessoas extremamente
competitivas, que começaram suas carreiras antes dos dez anos de idade tenham
uma relação de amizade no ambiente das corridas é pedir demais, sabemos disso,
porem colocar uma “rivalidade” acima até mesmo do próprio esporte aí já passa a
ser preocupante.
Coincidência ou não, acontece com
mais frequência com pilotos brasileiros, no caso da Formula-E, coincidência ou
não, sempre envolve o nome de Nelson Piquet Jr. Quem nunca tomou conhecimento
do verdadeiro caso de ódio entre este e Lucas Di Grassi?
Mas o assunto aqui é o ocorrido
no E-prix de Marrakesh, as palavras de Nelsinho Piquet à Felipe Massa,
convenhamos que num momento de “sangue quente” durante a corrida, mas com uma
extrema deselegância, se referiu ao piloto vice-campeão da Formula 1 em 2008
como; “amador, ridículo”.
Primeiro: Se referir a um
piloto que permaneceu por quinze temporadas na Formula 1, que tem um
vice-campeonato na mesma categoria em que você próprio conseguiu se manter por
apenas duas temporadas, sendo a segunda garantida por ter participado de uma das
mais feias trapaças do esporte, é no mínimo diminuir a si próprio a uma
condição menor que “amador ridículo”.
Segundo: O comportamento que lembra muito o do pai, e que eu adoro,
de falar o que pensa, era muito legal no Tricampeão Nelsão, alguém que podia
falar de qualquer piloto do mundo, sendo apenas para provocar ou seja falando a
verdade, não cabe para Nelsinho. O currículo de Nelsinho, que conta com um
Mundial de Formula-E e vitorias na NASCAR e outras categorias, como eu mesmo já
escrevi, o qualificam como um dos melhores pilotos brasileiros da atualidade,
mas não o credenciam a agir com a arrogância natural que só os grandes campeões
como o seu pai podem ter.
Nelsinho chegou à Formula-E, ganhou o campeonato de
estreia e só, precisa fazer muito mais que apenas disparar comentários pouco
educados com relação a seus adversários e começar a mostrar na pista quem
realmente é profissional e quem são os amadores ridículos, até aqui está meio
confuso ainda.
Felipe Massa, ao responder a
ofensa do compatriota, este sim de cabeça fria, mais experiente, perdeu uma excelente
chance de mostrar quem é o profissional e quem é o amador, questionado sobre a
ofensa de Nelsinho, respondeu que ele, Nelsinho; “não é exatamente um exemplo”,
levando novamente a discussão para o ano de 2008, e com isso perdendo
completamente a razão.
Primeiro: Atribuir a derrota do campeonato de 2008 para Lewis
Hamilton, por 1 ponto, à palhaçada armada por Flavio Briatore em Singapura, com
a participação do próprio Nelsinho, é minimizar os erros dele e da Ferrari
naquela temporada e imputar à Nelsinho toda a responsabilidade. Não é a
primeira vez que Massa insinua que o “caso Singapura” lhe tirou o título, e
concordo com ele que a corrida de Singapura 2008 lhe tirou a chance de ser Campeão
Mundial de Formula 1, afinal, foi naquela corrida que a equipe Ferrari resolveu
inovar substituindo o famoso “pirulito” pelo moderno “semáforo” para liberar o
piloto do PIT, o resultado foi o carro de Felipe saindo arrastando metros de
mangueira de abastecimento, tendo de parar e esperar que algum mecânico viesse
desacoplá-la, a 13ª colocação fora da zona de pontuação foi determinante para a
perda do título.
Segundo: Exceto pelo ano em que sofreu aquele grave acidente, teve
outras sete temporadas pela mais icônica equipe da Formula 1, isso conta a
favor pelo fato de permanecer por tanto tempo lá, mas vai contra também em
termos de resultados em campeonato. Felipe critica Nelsinho por ter obedecido
uma ordem, por mais ridícula que fosse, ainda assim uma ordem, respeitando uma hierarquia
prevista em contrato, mesma hierarquia prevista em contrato que fazia com que
ele Felipe, tivesse de dar passagem para o mesmo Alonso que se beneficiou da
batida em Singapura, e afirmar hoje, que jamais faria o que Nelsinho fez é fácil,
mas naqueles dias tristes de Ferrari, se o mesmo fosse pedido a ele, ele faria,
ou pediria demissão? Nunca saberemos.
O que é extremamente de mau gosto
para nós, jornalistas, espectadores e brasileiros, é ver três talentos, e aqui
incluo Lucas Di Grassi, que teriam perfeitas condições de ainda estarem na
Formula 1, descerem alguns degraus até a Formula-E e lá se destacarem na mídia,
não por vitorias e pódios, mas por briguinhas infantis dignas dos mais jovens
cadetes de Kart.
Estamos bem!!
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