Com o anuncio de sua saída da Formula 1 no final do
ano, Alonso não só causa um alvoroço na “dança das cadeiras”, mas também coloca
em alerta a própria Categoria que luta para manter seus espectadores a cada
corrida.
Opinião Regii Silva:
Fernando Alonso enfim anunciou seu futuro, ou parte
dele, sabemos que ele não estará no grid da Formula 1 em 2019 e isto já é o
suficiente para uma boa analise do que isso implica. A Formula 1 desde seus
primeiros anos vive de suas Equipes Tradicionais e sobre tudo de seus Pilotos.
Quem nunca aqui no Brasil ouviu pelo menos uma vez, frases do tipo; “Depois do
Senna a Formula 1 Ficou sem graça”.
Sem nenhum tipo de saudosismo, se analisar friamente,
Alonso é o ultimo dos verdadeiros campeões, não que os jovens Hamilton e Vettel
não sejam, mas quando me refiro a campeão estou indo alem de títulos, estou me
referindo ao piloto completo, coisa que Hill, Villeneuve, Button, Raikkonen e
Rosberg, embora sendo campeões, não se enquadram.
Alonso é o tipo de piloto capaz de fazer com que uma Equipe
toda trabalhe por ele, capaz de fazer uma Categoria toda (leia Indy) desejar tê-lo
em seu grid.
Arrogante? Desagregador? Mal educado no radio?
Substitua todas estas palavras por uma só, “rápido”, e tudo mais se torna
irrelevante quando se trata de automobilismo. Rápido e não apenas em carro
vencedor, rápido em carro ruim, muito ruim.
Seja como mocinho, ou bandido, Alonso é a personalidade
mais forte de atual grid e a Formula 1 está perdendo mais este componente, o
que já não está indo bem, sem Alonso passa a piorar, não que a Formula 1
dependa do Espanhol, mas, sejam negativos ou positivos, Alonso rende comentários,
rende matérias, reportagens, não raros os momentos em que seu nome tem mais
destaque do que os pilotos que brigam pelo título.
A perda de Fernando Alonso possivelmente para a Formula
Indy acende uma luz de alerta e pode mudar a visão de outros pilotos quanto à
categoria Norte-americana, claro que tivemos exemplos no passado que
percorreram o mesmo caminho, porem a Indy era vista até então como “fim de
carreira” dos pilotos de Formula 1, mas não no caso de Alonso, o nível de
pilotagem do Espanhol ainda é altíssimo e ao contrario do que possa parecer,
Fernando Alonso que se deu muito bem com o Circuito Oval e a exemplo das 500
Milhas de 2017, se optar realmente pela Categoria estará disputando em
igualdade de condições e escancarando de vez as portas para que outros pilotos
possam fazer o mesmo caminho.
Já em 2017 quando abriu mão do GP de Mônaco pelas 500
Milhas o Espanhol conseguiu tirar boa parte dos holofotes da Formula 1 e
transferir para a prova da Indy, e para uma Categoria que desde a chegada do
Grupo Liberty vive uma verdadeira Montanha Russa seja em audiência ou em emoção
nas corridas, não contar com a mídia que o Espanhol atrai é preocupante.
Nos bons tempos de Bernie Eclestone o próprio se
preocuparia em convencer Alonso a ficar e como muitas vezes fez, intermediar
negociações visando à permanência do Espanhol. Hoje com a gestão “profissional”
da Liberty não cabe tal esforço ainda que seja para o bem da Categoria.
Alonso é assim, querendo ou não atrai a atenção e esta
“série” ainda reserva vários episódios e a cada um deles o destaque estará cada
vez mais em Fernando e menos na Formula 1, a McLaren já entendeu isso e tudo
indica que esse não é o fim do casamento entre a Equipe e o Espanhol mas o
começo de um novo episódio.
Aguardem...
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