Os dois Finlandeses passam a
se tornar os fiéis da balança na disputa entre Vettel e Hamilton pelo título da
temporada, mas qual o real papel de cada um nesta briga?
Embora
conterrâneos, o relacionamento entre ambos praticamente não existe, ocupando
uma posição declarada de segundo piloto em suas equipes, Kimi Raikkonen e
Valteri Bottas de agora em diante terão um papel crucial tanto na disputa pelo
mundial de pilotos quanto de equipes.
Bottas com a renovação de contrato
já assinada, vem de um GP da Inglaterra a ser esquecido, liderava a corrida
faltando 10 voltas para o final e terminou a corrida em quarto, mesma posição
de largada. Resultado de uma ultrapassagem arrojada de Vettel, uma ordem de
equipe para dar lugar a Lewis e a perda da terceira posição para Raikkonen nas
ultimas voltas.
A contratação pela então melhor equipe do grid parecia
ser o ponto de partida para vermos o piloto promissor da Williams, despontar na
carreira brigando por vitórias e títulos, mas a realidade é outra, mesmo
vencendo corridas, marcando poles e voltas mais rápidas, Bottas sabe que é o máximo
que pode coseguir tendo como companheiro um tetracampeão como Lewis Hamilton.
Isso mais cedo ou mais tarde acaba desmotivando qualquer piloto que tenha
sonhado atingir o topo.
Bottas vive hoje o drama particular que já viveram
grandes pilotos como Rubens Barrichello quando teve Schumacher como companheiro,
Coulthard quando teve Mika Hakkinen como companheiro ou mesmo o recente caso de
Felipe Massa tendo Fernando Alonso como primeiro piloto na Ferrari. Estar nesta
posição é ter a certeza de que o máximo que pode conquistar é vice-campeonato.
Esta situação desmotivante se agrava ainda mais quando
nomes como Daniel Ricciardo são cogitados constantemente para seu lugar, não
apenas na mídia, mas quando membros de sua equipe tornam este desejo publico.
Bottas está, abalado, desmotivado e não creio que
daqui pra frente vá “dar a vida” para que seu companheiro vença, atrapalhar também
não irá, mas nesta guerra declarada pelo título, não atrapalhar só não basta, e
é aí que a Ferrari pode levar alguma vantagem.
Raikkonen não está mais motivado que
Bottas nesta disputa, mas esta “mordido”, revoltado ou coisa parecida, e é nestes
momentos que Kimi passa a entregar o seu melhor na pista. O resultado disso
pode ser facilmente notado nos dois últimos GPs.
Claro que Kimi não teve um surto e se tornou um grande
piloto de uma corrida para a outra, o fato é que desde que o nome de Charles
Leclerc, através da mídia Italiana, passou a ser uma ameaça ao seu posto,
Raikkonen voltou a acelerar. Isto na verdade nem é novidade, sempre que a
Ferrari está para renovar seu contrato ele acaba mostrando serviço.
Indiretamente, isso acaba contando positivamente para
que Vettel tenha ajuda na pista, pois cada ponto que seu companheiro consiga
contabilizar sobre Hamilton, é como se fosse um ponto ganho por Vettel.
Sob este ponto de vista, fica claro que o Finlandês mais
valioso na briga entre Vettel e Hamilton é Kimi Raikkonen e por isso esta
balança tende a pesar para o lado da Ferrari.
Dizer que um dos dois pilotos está feliz em ser coadjuvante
nesta historia é mentira, mas o que cada um tem a ganhar e perder com isso é fácil
enxergar.
Raikkonen ao contrario de Bottas, é uma piloto que já
não tem mais nada a provar na Formula 1, e hoje, o campeão mundial tem outros
objetivos, se divertir, acumular fortuna e se manter por mais um ou dois anos
guiando o carro mais desejado do mundo.
Bottas enquanto isso, vê a cada ano que passa seu
futuro se aproximar de nomes de grandes pilotos que a Formula 1 já teve, que
marcaram sua época, porem sem títulos.
O próximo GP em Hockeinhein na Alemanha, casa da
Mercedes e de Vettel, marcará mais um capitulo neste duelo entre Finlandeses,
onde um deles poderá fazer a diferença nesta disputa, e ao final de 2018
saberemos qual contribuiu mais para um título que não será de nenhum dos dois.
Comentários
Postar um comentário