Encerrado o GP de Baku no
Azerbaijão, comecei a pensar sobre os muitos assuntos que poderia abordar neste
texto, a vitória de Hamilton e com ela a liderança do campeonato tinha tudo
para ser o melhor tema, até que vejo o Inglês no alto do pódio, ouvindo o hino
do seu país e do país de origem de sua Equipe, autoridades no pódio, todo um
protocolo respeitado, exceto da parte do vencedor da corrida que se apresentou
para a “cerimônia” com o macacão arriado.
Imediatamente, e ainda que de
forma quase inconsciente passei a analisar cada um dos “protagonistas” do atual
grid e daí veio o título deste artigo. Sim, porque analisando esta geração dos últimos
10 anos da Formula 1, com raras exceções, o que vemos são meninos mimados,
acostumados com as vitórias, pouco conhecedores das regras e regulamentos, mais
habituados com simuladores do que com a realidade.
Tomando por base o que foi o GP
de Baku e traçando um paralelo com a curta carreira de cada um, vamos notar que
cada integrante desta “geração” tem suas particularidades, mas também um estereótipo
comum a todos, o do menino mimado que não sabe perder.
LEWIS HAMILTON: Quem não
se lembra da estreia do Inglês na Formula 1? Todos os holofotes voltados para o
garoto que desde o Kart havia sido preparado pela McLaren para ser titular na Equipe.
Toda esta preparação, é claro, lhe permitiu sempre contar com equipamentos
muito bons em todos os degraus até o topo. Logo no ano de estreia o que parecia
ser um desafio, ter como companheiro de Equipe o bicampeão Fernando Alonso, foi
facilmente superado quando a Equipe, claramente firmou sua preferência pela “prata
da casa”, a ponto do Espanhol deixar a equipe no ano seguinte.
Nas poucas vezes em que teve resistência
de algum companheiro de Equipe, Hamilton mostrou desequilíbrio, na Mercedes,
viu uma amizade verdadeira com Nico Rosberg se extinguir, quando percebeu seu
posto de campeão ameaçado.
A postura é a típica dos membros
desta “geração”, muita reclamação no rádio, nos treinos, basta alguém vir mais
lento à sua frente que imediatamente pede, via radio, que providências sejam
tomadas para que a pista fique limpa para ele.
Fora das pistas, e isso é
problema dele, leva uma vida de “astro de rock” e a postura de pop star o faz
pensar que pode subir ao pódio de uma corrida de Formula 1, de macacão arriado,
como se ainda estivesse na escolinha de Kart da McLaren.
SEBASTIAN VETTEL:
Definitivamente o GP de Baku não é para Seb. Impossível esquecer o “chilique” do
Alemão no ano passado quando deliberadamente jogou o carro contra a Mercedes de
Lewis Hamilton, durante a intervenção do Safety Car, após o Inglês frear
bruscamente em sua frente.
Primeiro tetracampeão desta “geração”
Vettel ainda na RBR travou algumas batalhas com Mark Webber, mas na maioria
vezes, a exemplo de Hamilton na McLaren, teve sempre um tratamento de primeiro
piloto, e se valeu disso, e do fato de ter um companheiro tecnicamente limitado
para chegar à conquista dos quatro títulos mundiais, e mais, a supremacia técnica
absoluta da Equipe RBR.
Na Ferrari, nos primeiros anos,
revelou um temperamento, cordial com a Equipe, e extremamente arrogante com os
demais pilotos do grid, em comum com Lewis, as mensagens via rádio sempre
reclamando de alguém ou de algo no carro que não o permitisse um melhor
desempenho, e obviamente, o problema nunca estava nele.
Neste GP, começou a corrida na
ponta e após as trocas de pneus se viu em segundo atrás de Bottas, e numa
tentativa desastrada de ultrapassagem, perdeu o segundo lugar, caindo para
quarto, e mais, perdeu a liderança do campeonato. Algo em comum também nesta “geração”
é não saber perder, ser segundo na corrida e primeiro no campeonato, querer
vencer sempre e acabar não ganhando nada.
MAX VERSTAPPEN: Em seu quarto
ano na Formula 1, e com um ímpeto indomável, Verstappen é o maior exemplo de
que este “tipo” de piloto está em alta. Comparado por alguns lunáticos com
Ayrton Senna, e capaz de ter atuações que deixariam Pastor Maldonado com
vergonha, parece estar longe o dia em que veremos Max campeão, mas o tratamento
da mídia, e da própria RBR é como se ele já o fosse.
A exemplo dos anteriores, Vettel
e Hamilton, foi adotado pela Equipe ainda no berço, e teve em comum, a seu
favor, o fato de talvez nunca ter sentado num Kart ruim, num formula ruim e mesmo
nos simuladores parece ter treinado em modo “easy”, onde os carros a sua frente
simplesmente abrem passagem.
Suas ultrapassagens funcionam apenas
quando o carro que vai a sua frente não oferece nenhum tipo de resistência,
quando isso não acontece, geralmente ultrapassa pela grama, ou simplesmente
joga o adversário para fora da pista.
Esqueçamos a sua atuação ridícula
na China e vamos direto para Buku. Verstappen, assim como os demais desta “geração”
desconhecem as regras, o regulamento, a defesa dele contra o companheiro de
equipe nesta corrida é exemplo disso, ao jogar o carro pra a direita e depois pra
esquerda, para evitar o drible de Ricciardo, Max acabou colocando a si mesmo e
ao companheiro em risco, tudo isso para se defender de uma ultrapassagem que
mais cedo ou mais tarde iria acontecer, pois Riccardo vinha mais rápido. Antes disso,
ambos já haviam protagonizado alguns toques nesta disputa interna que acabou com
prejuízo para a Equipe.
DANIEL RICCIARDO: O boa Praça
da Formula 1, amigo de todos, sorridente, lembra aquele amigo popular e bom nos
esportes que todos conhecemos um na escola. Tecnicamente talvez o mais “calculista”
de todos, porem após sete anos não encontrou ainda uma maneira de se impor
dentro da Equipe, talvez confundam sua alegria com falta de comprometimento ou
seriedade, o fato é que Ricciardo, em algumas ocasiões mesmo estando em melhor
fase que o companheiro, nunca conseguiu o estrelato dentro da RBR.
Em Baku, Ricciardo teve seus “cinco
minutos” de Verstappen, e isto foi o suficiente para arruinar sua corrida e sua
boa fase após a vitoria na China.
Em comum com os de sua “geração”,
a capacidade de em uma única manobra mal calculada, colocar tudo a perder, como
Vettel fez na mesma corrida e como Hamilton por muitas vezes também já fez.
FERNANDO ALONSO: Embora de
outra “safra”, talvez o piloto que melhor represente o termo mimimi, como os
jovens acima, Alonso já chegou a Formula 1 com uma Equipe, embora pequena e de
final de grid, a Minardi, trabalhando exclusivamente para ele, a ponto de ter
um companheiro de equipe apenas para acertar seu carro e sem nenhuma pretensão de
sequer fazer frente a ele.
Depois que conheceu a vitória,
nunca mais soube perder, ou aceitou perder. Na Ferrari conseguiu ser para
Felipe Massa, pior do que Schumacher foi na vida de Barrichello, a falta de
educação com colegas de Equipe, o temperamento explosivo, fez com que fosse
convidado a se retirar da Ferrari mesmo ainda sendo um dos melhores pilotos em
atividade.
Ao se mudar para a McLaren,
protagonizou uma das cenas mais humilhantes para a então fornecedora de motores
da Equipe, a Honda, quando no radio comparou seu carro com um GP2, em varias
ocasiões expressou sua indignação pela falta de potencia do seu carro.
Em Baku, hoje contando com o
motor Renault em sua McLaren, o Espanhol não conseguiu passar para o Q2,
lembramos que em entrevistas Alonso sugeriu que a McLaren este ano lutaria por pódios.
Na corrida, terminou em sexto, marcando alguns pontinhos, a seu favor o fato de
que, após ser tocado na largada e com dois pneus furados ter conseguido levar o
carro para o pit, e no final se recuperar e terminar na zona de pontuação.
OUTROS: A “geração mimimi”
só cresce, seja com pilotos novatos, pagantes ou não, as reclamações seguem em
todas as esferas. Stroll reclama da fraca Williams, com razão pelo fraco
desempenho do carro, frente aos milhões gastos pelo pai na Equipe, porem, sem
ele mesmo oferecer nenhuma contrapartida do ponto de vista técnico.
Grosjean, um dos maiores “chorões”
da Formula 1, reclama de tudo, seus rádios são os mais editados com o famoso “PI”,
tecnicamente, basta dizer que em Baku, colidiu seu carro com o muro em plano
regime de Safety Car, para fechar com chave de ouro, ao voltar para seu Box, em
frente as câmeras, atirou suas luvas na direção de um dos membros de sua
equipe.
Assim caminha a Formula 1, com
seus meninos mimados, atiradores de luvas, garrafas e o que tiver nas mãos, “piás
de prédio”, que em comum aos criados na rua, tem a língua afiada para xingar,
ofender, humilhar fornecedores e pedir descontroladamente para que seus engenheiros
tirem da pista o carro que vai a sua frente, sempre com a mesma expressão;
“Eu sou mais rápido que ele...”
Mas, se são mais rápidos por que
estão atrás?
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