A
cada ano a Corrida de Duplas da Stock apresenta um novo regulamento, e cada
novo regulamento gera uma série de reclamações “veladas”.
A Corrida de Duplas, evento de
abertura das temporadas da Stock Car desde 2014, na prática é o seguinte;
Equipes e Patrocinadores bancam a
“festinha” cujo convidados são escolhidos pela VICAR, isso mesmo, a Promotora
da Categoria (Categorias de Automobilismo não possuem Proprietários. Explico no
próximo post) envia todos os anos um comunicado às Equipes e neste comunicado, as
“regras” que direcionam a um perfil de convidado aceitável ao olhos dela
promotora e não das “donas da festa” as Equipes.
Estas regras mudam a cada ano e quase
sempre são na pratica uma forma silenciosa de direcionar os convites para pilotos
Internacionais e abrir mão de talentos nacionais, muitos destes com história
longa na própria categoria.
O que mais impressiona no “regulamento”
deste ano é a proibição da participação de pilotos que correm no Campeonato
Brasileiro de Turismo desde 2010. Em outras palavras equivale a dizer que
pilotos da “Categoria de Acesso” (Que em 2018 volta a se chamar Stock Light)
estão sendo impedidos de ter seu primeiro contato com a Categoria onde estão
sendo preparados para correr.
Outra clausula, impede que pilotos
que estiveram na Stock Car entre os anos de 2010 e 2017, disputando o
campeonato na íntegra ou mais de seis etapas. Apenas nesta clausula já elimina nomes
como Luciano Burti, Vitor Meira, Bebu Girolami, Ricardo e Rodrigo Sperafico
entre outros, só para citar nomes com carreiras internacionais bem sucedidas.
Um dos casos de piloto mais
prejudicado com as varias mudanças de “regulamento” é o dos pilotos de Toledo
no Paraná, os irmão gêmeos Ricardo e Rodrigo Sperafico, que estiveram na Stock
Car por vários anos, investiram seu talento e muito dinheiro na categoria.
Neste caso específico, cito o Rodrigo, que formando dupla com Felipe Fraga,
venceu a primeira edição da Corrida de Duplas em 2014.
Curiosamente, o vencedor de 2014,
Rodrigo Sperafico, foi barrado no ano seguinte, talvez por ter “estragado a
festa” vencendo a corrida. Em 2016 foi novamente beneficiado por uma nova
mudança nas regras, e “barrado” em 2018.
Mais um caso de “barrado no baile”
foi o de Gaetano Di Mauro, piloto do Brasileiro de Turismo, patrocinado pela
Shell, teve o convite da Shell Racing vetado pela VICAR. Vejam, uma empresa que
dispensa apresentações que é o caso da Shell, que poderia trazer qualquer
estrela mundial, pensou na Categoria de base, a VICAR não.
No comunicado da VICAR (que segue
abaixo) às equipes até são direcionadas para o tipo de piloto que devem convidar;
“Preferencialmente o piloto deve ter participado de Campeonatos de relevância
Internacional nos últimos cinco anos, Formula 1, DTM, WTCC, WEC, NASCAR,
Formula E, etc...”
Sabemos o quanto é difícil para
algumas equipes do grid, conseguir patrocínio e até mesmo pilotos titulares,
quanto mais, pilotos internacionais para uma corrida no Brasil com todos os
custos que isto envolve. Uma corrida que será realizada num Sábado, isto mesmo,
dia de trabalho para muitos brasileiros que até gostariam de acompanhar pela TV
mas não poderão.
Para finalizar, Equipes e Pilotos
seguem descontentes, porem, se vêem numa “ditadura” velada em nome da “visibilidade”
e “crescimento” da Stock Car segundo seus promotores.
Abaixo comunicado as Equipes.