Automobilismo é resultado, números,
estatísticas, isso é um fato, mas mesmo quando se atinge um currículo invejável
como o de Nelsinho Piquet, ainda assim, mesmo que inconscientemente, a tendência
da maioria é colocar como meta um bom resultado na Formula 1, mas o titulo
deste artigo é “o piloto mais completo” e não o mais vitorioso.
Ontem, dia 23/03/2017, ao postar
em meu Instagran um #tbt, uma foto que tirei do pódio da antiga Copa Montana,
nela apareciam Nelsinho Piquet, o segundo colocado da corrida vencida por Julio
Campos, e o terceiro colocado foi Diogo Pachenki, ambos pilotos hoje vencedores
em suas categorias.
Comecei a me recordar daquele
final de semana, era meu primeiro contato próximo do Nelsinho, na época sua
carreira relâmpago na Formula havia se extinguido com o Singapura Gate, suas
atenções estavam voltadas para a América onde acabara de ingressar nas divisões
Nacionais da NASCAR.
Fazendo uma corrida como
convidado da Copa Montana, divisão de acesso da Stock Car, Nelsinho chamava
mais atenção no Paddok do que os pilotos da categoria principal, e quando foi
para a pista, chamou mais ainda a atenção de todos. Sentou no carro e virou rápido,
como se estivesse na categoria desde que nasceu. Os comentário que se ouvia ao
circular pelo AIC era, de que havia uma armação, que haviam dado um carro com
mais potencia para o Piquet, como se precisasse. Enfim, o resultado ficou
estampado na foto em questão.
Anos depois, agora na Stock Car,
como convidado do piloto Átila Abreu nas corridas de dupla da Stock Car,
novamente em Curitiba e novamente, desta vez no meu segundo contato próximo ao
Nelsinho, ele novamente sentou pela primeira vez no carro e virou
automaticamente um tempo que lhe garantiria um top 5.
Após esta historinha, o que ao
meu ver defini um piloto completo, são os diferentes tipos de equipamentos que
ele guia, e a qualidade com que guia estes diferentes equipamentos, e eu
realmente me esforço para lembrar de alguém que tenha tido tanto sucesso em
diferentes tipos de competições.
Nelsinho foi para a Europa em
2003, após ter sido Campeão da F3 Sul-americana e já sabíamos onde ele iria
chegar. Passou pela Inglaterra e foi Campeão da F3 britânica.
Chegou à GP2 e lá obteve um
Vice-campeonato tendo ninguém menos que o hoje Tricampeão Lewis Hamilton como
vencedor, credenciou-se a piloto de testes da Renault em 2007 e já no ano
seguinte estreou no que achávamos seria o topo de sua carreia.
Em 2008 em seu ano de estreia na
Formula 1, marcou 19 pontos e um surpreendente segundo lugar no GP da Alemanha,
país onde nasceu, mas que preteriu para ter a nacionalidade Brasileira no
automobilismo. Um ano de estreia arrasador, que a muito não se via, tendo como
companheiro de equipe o Bicampeão Fernando Alonso e infelizmente como chefes,
Flávio Briatore e Pat Symonds e o resto já sabemos.
Mesmo sendo absolvido pela FIA no
caso Singapura, deu adeus a Formula 1 e entrou para a Historia, descobriu os
EUA e as particularidades da “fechada” NASCAR, mesmo sendo um piloto
considerado top, começou na NASCAR pela Camping Truck Series em 2010 onde
disputou 54 Corridas, obteve 2 vitorias, 4 póles e figurou por 28 vezes no top
10, tornou-se o primeiro Brasileiro a vencer em uma divisão Nacional da NASCAR.
No ano seguinte alternou entre a Truck Series e a Xfinity Series onde também se
tornou o primeiro Brasileiro a vencer, e onde fez 37 corridas, acumulou 7 top 10
e 1 pole. Alem disso em 2014 fez sua estreia na Sprint Cup, divisão mais seleta
da NASCAR.
A “historia” esta sempre
flertando com Nelsinho Piquet, além dos feitos na NASCAR, Nelsinho também historicamente
havia sido, não só o primeiro Brasileiro a vencer na GP2, como também havia
sido o primeiro a vencer a primeira corrida da historia da A1GP e também o
primeiro brasileiro a vencer uma etapa do Rallycross. Notem, competições
totalmente diferentes, com equipamentos completamente adversos e em todas ele
obteve resultados surpreendentes, isto é ser completo.
Em 2015, para não perder o
costume, Nelsinho tornou-se Campeão Mundial da Formula E logo no ano de
estreia, seu e do campeonato que disputa até os dias atuais.
Dizer que um piloto é vencedor,
bem sucedido, analisando uma carreira linear que vai do Kart a Formula 1 é
relativamente simples, se comparado aos feitos de Nelson Angelo Piquet, ser
competitivo e vencedor em tantas modalidades do mesmo esporte o torna sim, na
minha opinião, o piloto Brasileiro mais completo de todos os tempos.
E você, o que acha?