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McLaren/Honda o sonho virou pesadelo


O título acima é uma clara provocação ao slogan da Honda “The Power of dreams”, e não há como negar que a Honda, ao lado da própria McLaren viveu este sonho de 1988 a 1992, quando esta parceria redeu nada menos que oito Títulos Mundiais sendo quatro de pilotos e quatro de Equipe.
Em maio de 2013 ambas anunciaram a volta da parceria, naquele momento, a McLaren estava magoada com a Mercedes, fornecedora de motores, que acabara de lhes tirar Lewis Hamilton, e a Honda já planejava sua volta ao campeonato, agora com as novas tecnologias de propulsores híbridos, o casamento dos sonhos teria sua volta.

A Honda ainda sentia o gosto amargo de 2008, ano em que se retirou da Formula 1 em meio a pedidos de desculpas de seus diretores pelo fracasso imposto à própria marca, por anos na categoria com equipe própria e nenhuma vitória. O tiro de misericórdia veio já no ano seguinte, quando Ross Brawn assumiu o espolio da equipe Japonesa e sagrou-se campeão de pilotos e equipe em 2009 com a Brawn GP.

A volta da Honda para a Formula 1 prometia ser o fim do Inferno astral da montadora e o fim dos maus resultados da McLaren que em 2013 e 2014 havia feito campeonatos inexpressivos. 

A Honda teve mais de dois anos para desenvolver o propulsor, teve liberdade para testar ao limite tais motores, não teve sobre suas costas a pressão que as demais fornecedoras de motores tinham por estar disputando o campeonato.

Chegou 2015 e nem preciso falar do fracasso, o ano foi difícil para a Honda que sofreu com o título de "motor mais fraco da categoria", e a McLaren não tinha um chassi bem nascido. 2016 a mesma historia, a Honda até conseguiu melhorar o propulsor, mas o carro chegou a ser comparado a um GP2 por Fernando Alonso.

Hoje com as mudanças técnicas para construção dos carros, ocasião em que praticamente se nivelam, pois partem do zero, a McLaren parece ter encontrado um equilíbrio em seu chassi, mas a Honda continua oferecendo um motor bem a baixo das expectativas e com bem menos potencia que seus concorrentes.

Bastaram alguns dias de testes para se acender a luz vermelha na McLaren, já no primeiro dia de testes o motor do carro de Vandoorne apresentou problemas, e assim seguiram, trocaram por outro que também apresentou problemas fazendo com que até o momento, a McLaren tenha sido o segundo carro que menos andou nesta pré-temporada.

Os problemas seguiram nesta semana, a ponto do próprio Eric Bouliier disparar algumas criticas contra a Honda.

Perguntado em uma entrevista à autoesport, sobre os problemas enfrentados nos motores, ele respondeu que a Fabrica Japonesa estaria trabalhando em um novo motor com os problemas solucionados, mas quando o reporter perguntou para quando seria esta atualização ele respondeu; “Pergunte à Honda”

Ao ser perguntado se a Honda não havia detectado tais possíveis problemas em simuladores a resposta foi a mesma; “Pergunte à Honda”.

A atitude de Boullier claramente coloca uma divisão no que até então era um time, ao pedir para que pergunte a Honda, ela (McLaren) passa toda a responsabilidade do, até aqui, fracasso dos testes, única e exclusivamente aos Japoneses.

Fernando Alonso, já não critica a McLaren, como já fez no passado, e parece estar contente com o carro e as reclamações são sobre as quebras de motor e com isso a pouca quilometragem de testes, e quando o carro anda a reclamação é de falta de potencia.

“Vamos chegar na Austrália sem nos preparar, como nossos rivais estão fazendo. A equipe esta pronta para ganhar, a Honda não”, falou o já angustiado Alonso.

Antes que os rumores sobre uma possível aposentadoria comecem a pairar novamente nas entrevistas, Alonso já foi logo adiantando; “Só temos um problema, é o motor. Precisamos de uma ação imediata. Não vou parar de correr sem o resultado que acho que mereço”.  

Sobre os testes até o momento ele concluiu; “Não estamos fazendo as voltas que planejamos, não conseguimos cumprir com nosso cronograma. Estou dando meu Maximo nas curvas e tentando aproveitar. O carro esta bem acertado, pronto, mas perdemos 30 km nas retas”, finalizou o Espanhol.


Não é muito difícil concluir que continuando as coisas como estão, esta parceria pode ter data para acabar, e será ao final de 2017, a McLaren terá sempre a desculpa de que o carro é bom mas o motor não ajuda, a Honda não tem desculpa, afinal, são mais de quatro anos tentando fabricar um motor, para uma Fábrica com o poder da Honda, isso é imperdoável, e a McLaren demorou, mas entendeu isso.  

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