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Automobilismo na visão de Rafael Lupatini


Existem varias linhas na minha concepção, que influenciam para que o esporte a motor esteja fadado a até mesmo deixar de existir no Brasil, não que seja este meu desejo, e acredito de ninguém que trabalhe neste meio, mas precisamos debater o assunto enquanto nosso esporte ainda existe.

Chamar o automobilismo de esporte de elite é muito complicado, quando não se conhece as categorias menores ou menos expressivas, assim como você conhece, eu conheço e a maioria dos pilotos que hoje estão em categorias maiores, tiveram de passar por uma categoria Regional.

A gente sabe que grande maioria dos pilotos destas categorias regionais não é assim tão abastado de dinheiro como se pensa, mas que a maioria faz um esforço sobre humano para estar participando destas corridas. A nível regional o esporte não anda bem, principalmente por que existem alguns fatores que prejudicam e muito o esporte a motor a nível regional, estadual e nacional, a partir do momento em que se formam cartéis, é muito difícil você conseguir voltar atrás, recuperar o prestigio e a popularidade, toda forma de cartel ou monopólio, prejudica qualquer tipo de atividade.

Por que o basquete de uns anos para cá vem se popularizando no Brasil? Lógico, que uma bola de basquete custa infinitamente mais barato que um Kart, mas o basquete por décadas foi tratado por pessoas de sua federação como fonte de renda e nada mais, a partir do momento em que assumiu um presidente que realmente gosta do esporte e fez com que o esporte começasse a ser divulgado, batalhou por apoio para o esporte, a coisa foi ficando mais popular e hoje temos ai o NBB, um grande sucesso, hoje em dia você vai a uma praça publica e vê muita gente jogando basquete, com o tênis, o corte de cabelo e camisas de times nacionais e internacionais e isso influencia muito.

Hoje o esporte a motor no Brasil não tem um ídolo a nível mundial como foi Ayrton Senna, já se passaram mais de vinte anos, não vale nem a pena a gente voltar lá atrás e tentar buscar respostas, mas, eu tenho exatamente este tempo de automobilismo, vinte e um anos, e eu já vi autódromos de pista de terra, que é caracterizado como o esporte mais amador dentro do automobilismo, lotados com mais de 70 mil pessoas, isso por que sempre era feita uma divulgação nas cidades, os pilotos eram populares, o custo pra entrar não era caro e o custo pra manter os carros de corrida não era caros.

Aí outro fator que prejudica o esporte a motor, por exemplo, um Kart custa 20 mil reais, se este fosse o maior o maior investimento e com um pouco de dinheiro você conseguisse mantê-lo, era até aceitável, mas não, o piloto é explorado de todas as formas, a gente é explorado pela CBA, depois pela Federação, depois pelo automóvel clube, depois pelos proprietários de pistas particulares, depois pelos fornecedores de peças, pelos fornecedores de combustível e finalmente pelos preparadores.

A presidência da CBA agora vai mudar e a gente torce para que o novo presidente seja um pouco mais dedicado, que se relacione melhor com nossos governantes e brigue por leis que façam com que as indústrias automotivas voltem a fortalecer o esporte, que ao invés de permitir que se destruam praças automobilísticas como foi com Jacarepaguá, brigue para que isto não aconteça e apoie a criação de novas praças.

Nos não temos força representativa de lado nenhum, estamos à mercê de pessoas em federações visando lucro, pelo que gera de dinheiro uma etapa de corrida de carros, é absurdo o que é distribuído como premiação, não se da valor ao principal ator da peça que é o piloto. É impossível você achar que está certo, meia dúzia de ferro custar 30 mil reais, sabendo de como é feita a produção é absurdamente caro.

Como popularizar um esporte que não aparece na televisão, não tem mídia, que não tem uma propaganda no radio, que não tem um outdoor na rua ou um panfleto informando que vai ter corrida?

Hoje, praticamente já não temos representantes na Formula 1, Felipe Massa esta retornando, mas apenas por um ano, e não mais teremos um piloto Brasileiro na Formula 1, um pais que sempre foi bem representado na categoria, infelizmente isso o reflexo do que acontece hoje no automobilismo brasileiro, o automobilismo esta falindo, estamos à beira de perder a Formula Truck, estamos falando da Categoria que mais leva publico aos Autódromos, é uma absurdo, estão querendo dividir a categoria e tudo o que se divide complica, nos temos que somar e não dividir.  

(Rafael Lupatini)

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