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Sprint Race: Thiago Marques faz um resumo dos três anos da já consolidada categoria.

Em seu terceiro ano de existência e em desenvolvimento constante, assim pode ser resumida a caçula das Categorias nacionais, a Sprint Race, que neste curto período de existência vem se consolidando como um novo conceito de automobilismo, quebrando o paradigma de que para se pilotar um equipamento dos mais modernos, seja necessário gastar grandes fortunas, pelo contrario, a Sprint Race representa a contramão deste pensamento.
Criada para ser a categoria mais acessível do país, a Sprint Race vem cumprindo bem este papel desde seu lançamento, e o melhor, oferecendo um equipamento realmente de ponta e que não deixa nada a desejar frente nenhuma das demais categorias. Idealizada pela família Marques e Capitaneada por Thiago Marques, a Sprint Race desde seu primeiro ano de existência vem se mantendo com  o melhor custo beneficio, para pilotos em inicio de carreira, ou até mesmo de pilotos mais experientes atraídos pelo custo e pela qualidade do equipamento.
 Estivemos acompanhando a quinta Etapa, com rodada dupla, no ultimo dia 24 de agosto e fomos recebidos para um bate-papo exclusivo com Thiago Marques, que nos contou um pouco de como foi este período de implantação e as novidades que estão por vir, o resultado desta conversa você confere a seguir.

Blog do Regii: Como você vê este momento atual da Sprint Race nesta sua terceira temporada?

Thiago Marques: Acho que realmente a Sprint Race ta muito bem em vários aspectos, no aspecto técnico ela cresce muito, em interesse de piloto, que é o nosso cliente direto, em relacionamento comercial, mais ou menos, mas eu te confesso que financeiramente ainda não é um grande negocio né, como qualquer negocio você tem que investir uns três anos pra tentar colher, então eu acho que a Sprint Race tá se consolidando, é claro que agente tem bastante ainda pra evoluir mas, esta conquistando bastante espaço. Depois das corridas agente vê a satisfação real dos pilotos e de gente interessada vindo perguntar da categoria, e-mails e mais e-mails recebidos no site da categoria, acho que exposição esta sendo feita e tornando a categoria, que é muito acessível perto de tudo que tem, uma realidade, acho que isso é o mais importante.

B.R: Este é um ponto importante, o custo, realmente é bem acessível...

T.M: O automobilismo é um esporte muito caro, então agente trata a Sprint que custa 200 mil como muito barato, mas não é, 200 mil é dinheiro, dinheiro grande, mas pensando em automobilismo é barato pelo carro que é, pela tecnologia, por exemplo, se você pega uma categoria como o Brasileiro de Turismo, ele é um carro dez vezes mais tecnológico que um carro do Brasileiro de Turismo, onde você senta no meio, o motor é traseiro, é um carro feito de aço inox que pesa 800kg, um câmbio Frances com Power Shift de seis marcha, telemetria, então é uma carro muito evoluído num custo acessível. Depois da Sprint você pega o próprio Brasileiro de Turismo, onde se você quiser brigar por vitorias você vai gastar 500/550mil, isso é mais do que o dobro né. 
B.R: Mesmo com os custos se mantendo de uma temporada para outra, tem havido algumas evoluções no carro desde o inicio da categoria, a ultima foi no motor, que agora passou a ser um V6, alem disso tem mais alguma coisa pra vir?

T.M: Eu acho que o grande segredo do carro ser um carro legal é o equilíbrio, ele tem um pneu condizente com o que freia, condizente com o que faz de curva, condizente com o peso e condizente coma potencia, ele não é desproporcional, ele é um carro inteiramente equilibrado, não tem nenhuma reação critica de sair muito de frente ou de traseira, então é um carro bem resolvido, e sempre, desde quando começou a Sprint, o sonho nosso era ter um motor 6cc e é o que agente colocou em pratica e desde quando agente colocou, agente nunca teve um problema de motor, então é algo acertado né Regii, agente fez aí 70% do campeonato e os motores são impecáveis, são maravilhosos. No inicio, usávamos um motor 2.0 Renault, agente tinha um problema de motor e motor de arranque, que é um problema crônico dos motores Renault, desde a nossa Formula Renault e na Formula Renault no mundo inteiro e agente se livrou dos dois, isso acabou, claro corrida é sempre uma surpresa, cada final de semana surge uma novidade né, agente andou abaixo de 30º a 32º aqui em Curitiba, tinha motor chegando a uma temperatura alta, entrando em modo de segurança por causa da temperatura, então agente teve que desenvolver defletores envolta do radiador pra direcionar mais ar frio pro radiador etc. E assim vai né, todo final de semana é normal...

B.R: Eu notei que foi feita uma modificação na parte traseira do carro também, foi uma mudança estética ou técnica?

T.M: Aquilo foi mais pelo setup, agente previa que o carro pudesse ficar mais traseiro por causa da potencia, então agente temia que depois da quarta quinta volta o carro começasse a destracionar muito, agente temia que a calibragem e a pressão subissem muito, então o que agente fez, agente abriu a roda traseira, quase 70% do pneu traseiro ficou pra fora, o pneu não a roda, e isso refrigera mais o pneu e com isso equilibra a temperatura e a calibragem do pneu igual aos da frente. Então essa mudança foi técnica mesmo.

B.R: E 2015, o que agente pode esperar da Sprint Race para o próximo ano?

T.M: Agente quer trabalhar no sentido de talvez mudar a carroceria ou detalhes da carroceria, na parte técnica, desenvolver um escape de inox unido às seis saídas em uma só pra deixar um barulho mais atraente, mas assim, se hoje você me perguntar qual é um problema critico do carro, por exemplo, a Stock car esta tendo um problema com o cambio, agente aqui não tem nenhum problema critico pra apontar no carro, é um carro muito bem resolvido, o índice de quebra é ridículo, é muito, muito baixo em relação a qualquer outra categoria...

B.R: Uma questão que eu fui até muito critico com relação a Sprint Race no seu inicio, e como você também mencionou aqui no inicio deste bate papo, é um negocio, e como em todo negocio você tem que pensar não só no bem do automobilismo, mas também pensar no negocio. Uma das criticas que fiz à Sprint Race, no inicio, e hoje eu vejo isto mudando, é que hoje, agente vê bastante gente nova na categoria, nova de idade mesmo, gente realmente saindo do Kart e indo para a Sprint Race, e na minha ótica, eu sempre vi a Sprint Race, desde o inicio, apta pra ser o primeiro degrau depois do kart, pra chegar ao turismo, e hoje eu vejo que isso ta cada vez mais se consolidando com gente nova, como os irmãos Cesário, Guilherme Salas e o Gaetano (Di Mauro) como você vê isto hoje?

T.M: Assim Regii, eu concordo contigo, a Sprint parece que foi montada pra quem sai do Kart, é impressionante a disputa, o equilíbrio que agente tem entre os carros, o que ensina um piloto a ultrapassar, a fechar, então a corrida é eletrizante do começo ao fim...

B.R: A posição de pilotagem que muito parecida...

T.M: Sim, o carro ele muito equilibrado, então vamos pegar alguns aspectos, o carro tem um equilíbrio enorme, você senta no meio, por você sentar no meio ele te da uma noção ótima pra quem quer fazer carreira de Formula, ele é um carro que tem característica de Formula e ao mesmo tempo, sendo um carro fechado, e um pouco mais pesado, também deixa apto pra fazer carreira no turismo, então sendo bem objetivo, os dois campeões do ano passado, o Gaetano Di Mauro foi fazer a Formula 4 na Inglaterra, o Guilherme Salas foi fazer o Brasileiro de Turismo, cada um foi para um lado e eu tenho certeza que os dois são muito gratos pelo titulo e pelo que aprenderam aqui, tanto é que eles vão fazer corridas na Sprint de novo este ano ainda, o Gaetano ta ligando de lá e esta semana agente já definiu que ele vai fazer mais duas corridas, eu consegui arrumar um carro pra ele e ele vai andar as duas ultimas aqui (Curitiba) e o Salas, ele vai fazer a de Londrina. Então eles tiraram proveito disso e tão fazendo sucesso, o Salas é líder na outra categoria desbancando todos os demais porque na minha ótica ele é realmente superior aos outros, é um piloto muito talentoso, vem usando toda experiência que ganhou aqui, considero ele favorito desde a primeira corrida, e o Gaetano, que ta numa equipe nova lá na Inglaterra, mas na ultima corrida agora, já fez um segundo lugar, então se vê o potencial.

B.R: E você considera que nestes três anos a Sprint Race esta dentro do esperado no inicio?

T.M: Sempre pode melhorar, evoluir, posso dizer que a Sprint Race é uma categoria feita, barata, onde se você anda em dupla gasta menos do que gasta pra andar de kart e o cara já ta num carro, já ta em exposição, já tem um canal de TV (Bandsports) já pode montar um currículo né, falando ainda dos pilotos jovens, hoje agente tem Flavio Lisboa, o Gustavo Frigoto, Gustavo kirila, Yuri e Yago Cesário, todos vindos do Kart, no ano passado o Salas, o Bianchini, o Kaefer e o Gaetano, então o povo ta enxergando isso que realmente a categoria é positiva para isso.

B.R: Pra finalizar, a próxima etapa da Sprint Race vai trazer mais uma novidade, a corrida noturna, como será?

T.M: Este também já era um projeto que vínhamos pensando há algum tempo, hoje em dia só vemos este tipo de corrida em provas e Endurance, mas nada nunca impediu que uma prova curta também fosse realizada a noite, como estávamos falando a pouco, esta é mais uma condição que um piloto que esta começando, só vai encontrar aqui, e no futuro, quando se deparar com uma situação de correr a noite ele já terá no mínimo esta experiência. Fizemos algumas modificações básicas no carro como a instalação dos faróis, a corrida será em Londrina, que é uma pista que oferece boas condições para este tipo de corrida, será no próximo dia 20/09 a partir das 19:00 e todos estão convidados, será muito divertido.


 Em off, Thiago Marques também revelou alguns planos futuros que sem duvida ainda vão movimentar e muito esta categoria que começou sendo o melhor custo beneficio nos dias atuais e promete continuar sendo, como o próprio Thiago nos disse, não é a categoria mais “barata” do automobilismo, pois o termo barato nos remete a algo de baixa qualidade, ela é sim a categoria cujo investimento é baixo se comparado ao que temos hoje em outra categorias, porem entrega um retorno técnico muito maior que as demais. Ao que parece há um longo caminha ainda a ser percorrido pela Sprint Race, o automobilismo Brasileiro agradece.

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