Que lê este Blog sabe, mesmo antes de ser
lançado, sou um defensor fervoroso desta competição, e todo este fervor se dá
pelo próprio formato do Evento, o único que conta com real apoio das
Montadoras, porem este mesmo motivo poderá em pouco tempo significar o fim
deste campeonato. O Brasil é especialista em criar novas categorias a cada ano,
e um ou dois anos depois se acabam da mesma forma que iniciam,
instantaneamente. Em grande parte, isto se deve ao foto de não se pensar em
longo prazo e o formato a meu ver errôneo onde se tem o mesmo motor e cambio
para todos os carros. Em se tratando de uma categoria multimarcas como é o caso
da Copa Petrobras de Marcas isto em longo prazo não funciona, pois o que resta
para a disputa são os chassis, e no caso do Brasileiro de Marcas os chassis que
disputam não são nada parecidos entre si, isto favorece alguns e desfavorece
outros.
Na ultima etapa que aconteceu em Brasília,
descobri que o modelo Ford Focus foi rebaixado em 5 cm no seu monobloco
aproximando mais do piso, isto depois de três anos de disputa da Marca no
Campeonato, imagino que a Ford, que durante o primeiro ano do campeonato não
dava apoio oficial e desde aquela época por saber que o Brasileiro de Marcas
era apenas um campeonato de chassis, não tinha se empolgado, acabou se
convencendo ao ver concorrentes no grid. As Montadoras que lá estão, o fazem
apenas para marcar território, não tem o objetivo da disputa, não desenvolvem
produto nenhum que possa ir para as ruas, ou seja, não esta servindo nem como
laboratório.
Se prestarmos atenção às montadoras que
possuem modelos mais aerodinâmicos, como Honda Civic e o Toyota Corola estão
dominando e vai ser sempre assim, a Chevrolet que dominou no primeiro ano com o
antigo Astra Sedan, hoje perde terreno com o seu Cruze e os modelos Mitsubishi
Lancer (Campeão de Rali), e o Ford Focus ocupam as ultimas posições no
campeonato de Construtores. Toda a credibilidade que Honda e Corola ganha com
seu publico, inclusive passando a falsa impressão que são melhores de mecânica,
a Ford e Mitsubishi ficam com o descrédito e isso pode não durar muito.
E bom que os organizadores abram o olho e
tente uma forma de equalização que permita a todas as montadoras brigar por
vitorias, e não adianta encher de lastro o carro que ta na frente, todos
sabemos que em alguns casos o lastro até ajuda.
Outras montadoras já recusaram a
participação no Brasileiro de Marcas por um simples motivo, não são os seus
motores, câmbios, suspensão e freios que estarão em disputa, logo, o carro que
for bem será bem visto na rua, o que for mau, será mau visto, é uma lógica que
não pode ser descartada. Nas ultimas etapas esta havendo um problema crônico de
freios nos carros. O cidadão comum que se pega assistindo uma corrida destas e vê
um carro passando reto por falta de freios pode associar isto ao seu carro, o
que é mais uma propaganda negativa que positiva é claro.
A parte boa do Brasileiro de Marcas todos
já vimos, grandes disputas, nosso carro na pista e tudo mais, é lindo
maravilhoso, mas pra segurar uma Montadora investido pesado pra ver um carro
tipo LEGO na pista, ainda diminuindo a imagem dela perante as outras pode
causar uma saída prematura do campeonato. Não seria estranho se no ano que vem
Ford e Mitsubishi se retirassem da disputa. Este é o desafio para os
organizadores do Campeonato, equalizar estes chassis, e deixar cada vez mais a
disputa se dar através dos pilotos.