Quem viveu os anos finais da década
de 80 e inicio de 90 no Brasil sabe bem o que é, a economia em crise, o
desemprego, as noticias nada favoráveis nos jornais. Este é o clima em que a Espanha
se encontra, e nada como um pouco de alegria no esporte para melhorar o animo
do povo. Sabemos disso, vivemos isso com Airton Senna, e longe de mim querer comparar os pilotos, mas as atitudes posso sim
comparar.
Fernando Alonso foi pra pista
neste final de semana em Valencia sabendo que teria que ser melhor do que o
normal, um pódio era quase obrigação, sabia disso, mas não falou, não prometeu,
apenas foi lá e fez o seu máximo, e quando se da o máximo o resultado quase
sempre é reflexo disso. Não fez milagres, apenas pilotou, teve sim sorte, viu
Vettel sofrer uma quebra, viu Grosjean bater, Hamilton se enroscar com Maldonado,
mas teve a competência de estar imediatamente atrás dos carros que abandonaram,
e chegou lá fazendo diversas ultrapassagens, arriscando sim, e como estar ali
sem se arriscar? A corrida perfeita, onde tudo, absolutamente tudo deu certo, e
em casa, onde absolutamente tudo vem dando errado. Parar após a bandeirada,
apanhar a bandeira de seu país e percorrer o traçado empunhado-a, parar o carro
em frente as arquibancadas lotadas e comemorar com o publico, abraçar os
fiscais de pista um a um, isso tudo é ironia do destino para nos forçar a
comparar novamente.
Heróis não se comparam à outros heróis,
eles apenas aparecem, vez aqui, outra ali, e onde aparecem fazem a diferença,
não cabe a nos especular quem ou onde aparecerá o próximo. Neste domingo a
Espanha descobriu o seu, e ao ser coroado, no pódio, teve a presença ilustre do
herói dos Alemães, como que numa sucessão do poder na Formula 1. Com o passar
do tempo outros aparecerão na hora certa, mas no momento a Formula 1 conta com
apenas um piloto fora de serie, e este é Fernando Alonso.
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