Tenho escutado muita “bobagem”
desde que surgiram algumas noticias sobre o fato de Pietro Fittipaldi ter um
projeto aprovado pelo governo federal, enquadrado na lei de incentivo ao
esporte (11.438/2006). Todo burburinho é pelo fato do garoto que disputa categorias
regionais da Nascar, ter nascido em Miami e visitar muito pouco o Brasil.
Vamos por partes, acho sim que
temos muitos talentos nascidos no nosso país que também merecem tal apoio do
governo federal, agora a pergunta é, estes pilotos buscam ou buscaram tal
apoio? Outra questão é que a maioria dos patrocinadores de Pietro são empresas
Nacionais, então não seria obvio que buscariam tal apoio no Brasil?
Não é tão simples quanto parece
captar tais recursos, é necessário um projeto elaborado, contendo detalhes de
como será investido tais recursos, no caso de Pietro Fittipaldi, este projeto
foi elaborado e proposto pelo Instituto Emerson Fittipaldi, e diz respeito ao
Programa de Formação do Piloto na Nascar. Tudo absolutamente legal.
Não vamos discutir a moralidade,
vamos discutir a legalidade. Casos bem mais nebulosos acontecem constantemente
em nosso automobilismo quando o assunto é patrocínio, só na stock car pra se
ter uma ideia, 70% dos “patrocínios” na verdade não existem, existem apenas pra
efeito de notas fiscais, e da tal lei de incentivos fiscais. Casos de Empresas
que patrocinam os próprios sócios, filhos, sobrinhos, amigos, declaram patrocínio
de 1 milhão, equipes e pilotos emitem até notas, porem 80% disto nem saem dos
cofres da empresa, isso em outras palavras se chama “lavagem de dinheiro”.
Outra pratica muito comum é o
caso e empresas que patrocinam com produtos e não dinheiro e o piloto que se
vire para vender estes produtos e fazer dinheiro, financiam a vaga com o
dinheiro do próprio bolso e passam o resto do ano vendendo produtos para
recuperar o investimento. O pior, quase sempre a empresa que repassa os
produtos declarando o valor de venda ao consumidor final, e o piloto tem de
vender abaixo do custo de fabricação para conseguir levantar dinheiro, concorrendo com o próprio patrocinador que por suas vez não reclama da concorrência pois ja embolsou muito, e ainda terá sua marca estampada no carro e a mídia mostrando. Em alguns casos o
piloto tem de se envolver tanto, que acaba montando verdadeiras distribuidoras
de remédios, bebidas e todo tipo de porcarias, em muitos casos com validades
curtas que se perdem em um curto espaço de tempo.
São praticas mais comuns do que pensam,
e sem duvida, bem mais preocupantes do que o projeto de Pietro Fittipaldi. A Família Fittipaldi que abriu portas no automobilismo internacional, desta vez o esta fazendo na Nascar e isto é sim muito bom para nosso automobilismo, o resto é despeito de pessoas que só de ouvir falar em Receita Federal já tremem de medo e assim fica realmente difícil conseguir o mesmo beneficio de Pietro.
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