Outro dia, escutei sem querer a conversa de dois rapazes, e não pude deixar de prestar atenção, pois falavam de automobilismo. À primeira impressão, um deles parecia ser um Piloto, e pela conversa, muito experiente, falava de uma corrida que fez em Jacarepaguá, numa etapa do extinto campeonato de Super Clio. Conheço muitos pilotos, buscando na memória, não conhecia aquele piloto, nunca o havia visto em nenhum autódromo, nem fora e muito menos dentro de um carro de corrida. Continuei prestando mais atenção na conversa, falavam agora de outra corrida uma internacional, não resisti, e fui falar com aqueles caras, que pela conversa, deveriam ser alguma pessoa que talvez eu até conhecesse, porem não estivesse me lembrando.
Descobri que na verdade, falavam de uma corrida virtual, conhecida como R Factor, simuladores de corrida, confesso que foi grande a decepção, e num primeiro momento, me senti frustrado, com tamanha bobagem, mais dei corda. O tal piloto, continuou explicando, que existem até sites, que organizam campeonatos e transmitem as corrida ao vivo, e inclusive entrevistam os “pilotos” no final das provas.
Nada demais, eu é que sou meio desinformado com o mundo dos games, e tudo isso cairia no esquecimento, até que o “piloto de Playstation” começou com seus delírios, e aí descobri os efeitos que a realidade virtual pode causar nas mentes mais fracas.
Ele disse que seu desempenho nos simuladores era tão bom, que estava em processo de angariar patrocínios para partir para as pistas de verdade, que já estava até negociando para disputar um campeonato regional. Perguntei se o jovem de aproximadamente uns 30 anos, já havia participado de algum curso de pilotagem, se andara de Kart na infância, nada. Segui com o questionário sendo mais especifico, perguntando qual o contato mais próximo que teve com a velocidade, ao que me respondeu, que quando mais jovem dirigia carros turbinados nas ruas.
Não quis mais fazer perguntas, nem tão pouco julgar aquela pessoa, pensei apenas em meu filho, no quanto o videogame pode estar influenciando a personalidade dele, no quanto a realidade virtual, pode tomar conta da realidade da vida de uma pessoa. Lembrei-me de quando eu mesmo, me sentia um comandante de um Boeing, no meu Flight Simulator, mais nunca passou pela minha cabeça, tirar um avião do chão.
Segui meu caminho, mais não sem a partir de agora, prestar mais atenção nestas outras modalidades de automobilismo, como simuladores, e rezar para que “Pilotos de Playstation” continuem pilotando só no game.
Descobri também com amigos, pilotos de verdade, que o simulador é sim muito útil a eles, pois o realismo principalmente dos traçados das pistas é muito grande, e isto ajuda muito na memorização de uma pista nova, algumas academias freqüentadas por pilotos, desenvolveram uma espécie de simulador ligado a aparelhos onde se pode exercitar braços, ombros e pescoço enquanto treina os reflexos e memoriza pistas. Enfim descobri muita coisa graças aquele jovem, e espero sinceramente que se seu sonho é realmente ser um piloto de verdade, que ele busque ajuda primeiro em uma escola de pilotagem, pois nunca é tarde para se realizar sonhos, e sonhar ser capaz de fazer algo, e realmente fazer aquilo que se sonha, requer dedicação, disciplina, e no caso do automobilismo, muitos $$$$$$$$.
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