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A quantas anda nosso Automobilismo?

Stock Car, Formula Truck, Racing Festival e GT Brasil, após uma análise criteriosa sob cada um destes Eventos, pude concluir que infelizmente, não acrescentam quase nada para o crescimento de nosso Automobilismo e formação de novos Pilotos infelizmente, pois são bons eventos e boas competições, muitas vezes até atrapalhadas pela CBA, que deveria ser a principal interessada no seu sucesso. Vamos a elas.

Stock Car: Talvez a mais famosa, e com certeza a mais visível de todas, a Stock Car ao contrario do que muita gente pensa, a competição com este nome já existia desde 1979, mais foi a partir da década de 90 que passou a ser administrada pela VICAR, desde então é fato que cresceu, apareceu na mídia e trouxe sim bastante retorno as Equipes, mais isto foi num curto período e hoje a própria VICAR disputa a tapas com as Equipes os poucos patrocinadores que realmente investem pesado em Automobilismo no Brasil. A época áurea, foi no inicio dos anos 2000, onde a quebra de patentes da Indústria Farmacêutica, trouxe os grandes laboratórios para estampar os carros da categoria, muitos deles encorajados pelo grupo Medley na época pertencente à família Negrão. Estes sem dúvida foram os melhores anos da Stock Car, mais a Categoria sempre pecou no quesito desenvolvimento de pilotos, sendo reconhecida como uma porta de entrada de pilotos que retornavam da Europa e EUA, frustrados por uma carreira que não decolara lá fora, e viam na Stock Car, uma forma de viver de Automobilismo e ao mesmo tempo estar perto de suas famílias. Até hoje a Stock Car é conhecida como a categoria dos Ex-Formula 1 chegando a ter em seu grid até oito pilotos que já passaram pelo topo do Automobilismo Mundial. A Stock Car até tentou criar uma divisão de base, a Stock Jr, porem não teve sucesso porque na maioria das vezes quem sai do Kart, tem em mente correr em monopostos e são poucos os que desejam já de cara, fazer carreira no Turismo, e ainda tinha o agravante do custo que nunca foi realmente atrativo, por fim esta categoria deu lugar ao que chamamos hoje de copa MINI, onde os participantes estão longe de ser jovens aprendizes. (Leia mais na série de post: Passando a Stock Car a Limpo partes 1, 2,3 e 4)

Formula Truck: Esta sim, não se encaixa em nada que nos faça pensar em Automobilismo, e por mais estranho que seja é a única categoria multimarcas com apoio total de todas as fabricas, Scania, Ford, Iveco, Mercedes e Volvo. É um tipo de evento que lembra muito mais uma destas feiras de negócios do que uma competição automobilística e embora com bons Pilotos e uma organização competente é aquilo ali e pronto. Criada a quase 15 anos, não faltam Patrocinadores que em sua maioria são voltados ao transporte e fabricantes de peças para Caminhões. Porem, sem querer parecer chato, não acrescenta nada ao nosso Automobilismo, você nunca irá ouvir um menino recém saído do Kart, dizer que sonha em Pilotar um Formula Truck, e neste ponto, a Truck se assemelha a Stock Car, como sendo um ponto de retorno para Pilotos e não um ponto de partida. Neste ano inclusive, foi o que aconteceu com o Piloto Cristiano Da Matta, que marcou sua volta às competições Nacionais pela porta da Truck, e este é o caminho natural, o da volta, numa categoria que tem em seus Pilotos uma media de idade altíssima, enfim, não espere que de lá saia algum talento.

Racing Festival: Aqui já começamos a falar de base, uma das categorias que compõem este evento, é a Formula Future, idealizada por Felipe Massa, é hoje a única competição que de fato serve como apoio a Pilotos que saem do Kart, porem é a categoria de base mais cara do país e embora tenha um equipamento de primeiro mundo, e um premio ao vencedor do Campeonato, que é simplesmente uma bolsa para a escola de novos Pilotos da Ferrari, tem seu grid resumido a 6 ou 7 carros, algo muito triste, pois sabemos que a continuar assim, pode ser extinta já no seu ano de estréia. A F. Future, tem o apoio da FIAT e isto não é bom, pois Montadoras visam sempre retorno e podem a exemplo do que já fez a Renault e Chevrolet, do dia pra noite simplesmente deixar de existir e isto é mais um motivo pra afastar os interessados. Alem da Future, o Racing Festival, tem o Troféu Línea, que nem se pode chamar de competição, é mais uma ação entre amigos, uma confraternização mensal, de alguns amigos de Felipe Massa, nomes até conhecidos, e conhecidos sobre tudo pela Stock Car, nomes como Cacá e Popó Bueno, Ricardo Mauricio e Thiago Camilo ajudam a levantar a bola do Evento com seus nomes, e entre eles, pilotos que estão la para competir seriamente como José Vitte e José Córdova, órfãos da falecida copa Clio, que como já disse, do dia pra noite deixou de existir. O Racing Festival, não tem Público, e muito pouca mídia, então do ponto de vista de Patrocínio, eu não encorajaria nenhum Piloto a buscar patrocínio pra correr la, e nenhum Patrocinador a investir lá, é um Evento que ainda não mostrou a que veio, e espero sinceramente que possa sobreviver para nos mostrar. (Leia o post: O que Esperar do Racing Festival)



GT Brasil: Imagine juntas, Ferrari, Lamborghini, Porshe, Masseratti e Ford GT, isto por si só, já deveria ser uma formula de sucesso de publico e competição, porem, apenas no Brasil, estes carros dos sonhos não são o suficiente, pois não há profissionalismo na Organização e muito menos na competição, ao contrario de outros países, a nossa GT é um campeonato para abastados que compram o equipamento, e brincam de piloto, dividindo o volante com algum piloto que não esta muito interessado naquilo. Desde sua fundação a GT Brasil nunca conseguiu sequer uma equalização descente entre os bólidos, e é alvo fácil de reclamações dos “Mauricinhos” que acham sempre que o carro do outro anda mais que o seu. Cenas vergonhosas como já relatadas em um post anterior que não se vê nem em velocidade na terra, pelo contrario, corridas de Fusca, marcas e outra são muito mais organizadas que a GT Brasileira (Leia o post: Mais uma corrida, mais uma várzea)

São 4 Eventos, que movimentam milhões de dólares, milhares de espectadores, empregam milhares de pessoas, são vistos por milhões de telespectadores e neste ano, apenas neste ano, apenas um Piloto será “formado”, o que sairá da Formula Future e irá para a Itália, e a menos que seja um fenômeno, provavelmente tomara pau dos Europeus e voltara pra casa tentar a Stock Car, ou qualquer outra categoria destas. Não isto não é uma visão pessimista da situação, esta é a realidade a qual, a anos nossos jovens Pilotos estão sendo submetidos e a menos que estes milhões de dólares arrecadados anualmente, não seja investido em formação real de Pilotos e a custos acessíveis, cada vez mais veremos Alemães, Finlandeses, Espanhóis e quem sabe até Japoneses criando campeões de Formula 1 e lembrem-se que em duas décadas apenas dois Alemães já igualaram o numero de títulos mundiais do Brasil e o que é pior, um deles ainda é um garoto. Até mesmo atitudes desesperadas como a do Governo Colombiano em colocar dinheiro na carreira de Pastor Maldonado, ainda se justifica, se pensarmos que lá o Governo literalmente investe no Automobilismo, ainda que isto se resuma a um Piloto apenas, e não se assuste se em 5 ou 10 amos, um Russo, ou um Indiano chegar a um Título na Formula 1, pois os investimentos em massa, nos Pilotos e no esporte, têm vindo destes países sem tradição nenhuma no esporte.

Comentários

  1. Vc é muito preconceituoso!!!

    Que feio o que vc escreveu no blog do Teo José, heim camarada??

    PArei de ler seu blog HOJE!

    Tomara que tenha cada vez menos leitores! Da minha parte, vou me esforçar para que isto aconteça!

    Cris

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  2. Pois é

    Cheguei até aqui por causa daquele lance lá no blog do Téo. Concordo que ele não fez absolutamente nada. Pior, ainda permitiu que acabassem com Jacarepaguá.

    Agora o seguinte: Não explorei tudo por aqui mas gostei do que vi, principalmente no que se refere a não ter que escrever sua opinião com um olho no departamento comercial do empregador (se é que vc me entende)

    Dessa forma, a única crítica que teço por hora é com relação a ter um cuidado com o nosso já sofrido português. Como exemplo, esse lance de confundir MAS com MAIS (como lido no segundo parágrafo deste post "mais foi a partir da década de 90 que passou a ser administrada pela VICAR") é meio chato de se ver. Além de não ser um boa para quem busca credibilidade, fica parecendo que tudo foi feito na pressa, sem revisão.

    Entenda minha crítica como um conselho, não como depreciativo ao seu trabalho.

    [] e acelere.

    ResponderExcluir
  3. R: Valeu pela dica, vou prestar atenção nisso.

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