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Passando a Stock Car a limpo: Parte 3 A Ganância.


No capitulo anterior, vimos como se deve agir, para se ter uma Equipe vencedora na Stock Car, agora vamos tentar explicar o outro lado, como Equipes com investimentos milionários conseguem simplesmente nem ser competitivas. A explicação pode estar na passagem que segue, e que posso relatar tranquilamente, pois eu estava presente. Corrida Verde Etapa de Curitiba, durante os treinos Classificatórios, eu estava no Box da JF, bem ao lado de Jorge Freitas, que conversava com um de seus Pilotos pelo radio, após ouvir seu Piloto, ele cobre o microfone e comenta com seu Engenheiro com a seguinte frase: “Então ele deveria estar virando mais rápido”. Neste momento entendi, pela minha vivencia de Box, que o Piloto deveria estar reclamando dos freios. Dito e feito, duas voltas depois, um de seus Pilotos perde o freio no final da reta e só para na caixa de brita, naquele momento eu tive a comprovação de que realmente estavam falando do freio pelo radio e felizmente o dano causado foi só no carro, mas poderia ter acontecido um acidente grave. A partir desta data, comecei a pesquisar um pouco mais a fundo este lado “econômico” da Stock Car espero que a seguir eu consiga tentar explicar.

Como já disse anteriormente, os carros da Stock Car, são fornecidos pela JL Empresa que alem de montar os carros, também é responsável pela importação das peças de reposição, e de ter durante as Corridas um estoque destas peças. Como também já sabem o valor de uma carro atual da Stock Car é aproximadamente 430 Mil Reais e neste valor não esta incluso motor, e muitas das peças de reposição do carro também não estão inclusas e é aí que na tentativa de “economizar” um dinheiro que muitas vezes não é delas, que algumas Equipes vão empurrando os problemas com a barriga e acabam apenas participando do Campeonato mais sem muita vontade de realmente ser competitivo. Um caso bem típico do que ocorre na Stock Car é o Caso da Equipe de Andreas Matheis, que desde 1999 vem tendo o Patrocínio do Laboratório Medley, que pertencia a família Negrão, os mesmos do Automobilismo e que foi vendido no ano passado; Pois bem a Medley durante quase 10 anos investiu pesado na Equipe de Matheis e durante estes anos, mesmo tendo um dos maiores orçamentos entre todas as Equipes, apenas “participou” dos campeonatos. Isto prova que o dinheiro sem vontade de vencer, é só dinheiro. Outro bom exemplo esta nos profissionais que trabalham nas Equipes, por exemplo, o salário de Engenheiro pode variar entre 3 e 15Mil Reais e muitas vezes a Equipe de maior Orçamento opta por um pessoal de baixo custo para ela, e é lógico que quanto mais caro o profissional, maior a diferença que ele faz dentro da Equipe. Então voltando lá no inicio com o “caso” da JF, talvez por economia, ou por não dar a mínima pro Piloto, um dono de Equipe pode cometer estes erros e isso é comum no Automobilismo, mas uma Equipe com este modo de pensar e agir é exatamente o oposto do que abordamos no capitulo anterior. O Caso da Medley Matheis também é facilmente explicado. Após a Medley ter sido vendida para o grupo Sanofí, é obvio que o derramamento de dinheiro para a Equipe de Matheis seria estancado, como foi, e realmente a Equipe foi Campeã no ano passado com Cacá Bueno, porem com o nome Medley nunca venceu um Campeonato.

Dinheiro, competência, bom Piloto e vontade de vencer, está é a formula mais provável para ser uma Equipe vencedora na Stock Car... (continua)

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