Depois das incertezas do primeiro semestre, Stock Car entrega um campeonato digno.
Opinião Regii Silva:
Chega ao final a 41ª temporada da maior Categoria do nosso automobilismo, levando-se em consideração a situação atípica que vivemos neste ano, o saldo é positivo, do ponto de vista comercial, a Stock Car entregou o que prometeu, e fez mais, praticamente garantiu um ano de sucesso para 2021. A Chegada de Fernando Julianelli como novo vice-presidente comercial e de marketing da promotora, a volta a TV aberta desta vez pelo Grupo Bandeirantes, são indícios de uma temporada com mais visibilidade e provavelmente menos caótica com relação a calendários e protocolos, e espero, com a presença de público nos autódromos, pelo menos no segundo semestre. Tudo isso é motivo para se comemorar e muito, mas 2020 não foi um ano só de flores, e algo precisa ser revisto com relação ao regulamento, aponto abaixo os pontos positivos e negativos da temporada.
Pontos Positivos: A simples realização da temporada, por si só já conseguiu estancar uma possível fuga de investimentos, o que seria inevitável caso a temporada fosse cancelada por conta da Covid 19.
A Chegada de mais uma montadora, a
Toyota, e a apresentação de um modelo de carro mais próximo aos modelos de rua
foram as grandes novidades do ano.
A final em interlagos com 11 pilotos
na disputa pelo título e a realização da Corrida do Milhão, mesmo sem o milhão
para o vencedor, garantiram uma visibilidade extra para a Categoria, inclusive
com a última corrida sendo mostrada ao vivo na Band e no Sportv, algo inimaginável
até dez dias antes.
O grid se mantendo com 24 e 25 carros,
algo que eu mesmo apostava que se reduziria ao longo das etapas.
Pontos Negativos: Ao mesmo tempo em que, comercialmente a Stock Car marcou um “gol” trazendo a Toyota para o grid em 2020, a mesma Stock Car deu uma “canelada” imensa ao criar um regulamento que, mesmo com as melhores das intenções, acabou tirando da própria Toyota o campeonato simbólico de construtores em 2020.
O “lastro de sucesso” que nada mais é do que punir a competência de pilotos e equipes, acabou tirando ao longo do campeonato, uma vantagem visível dos carros da montadora Japonesa.
O formato de pontuação para liberação de pacotes de atualização para o modelo que estivesse em “desvantagem” no campeonato, também contribuiu e muito para a virada dos modelos Chevrolet, pois tendo o modelo Corolla aberto 30 pontos, liberou-se o pacote 1 para o Cruze, em seguida mais 15 pontos de vantagem do Corolla para liberar o pacote 2. As atualizações passaram a surtir efeito nos Chevrolet, mas para a Toyota conseguir recuperar a vantagem precisaria que os Chevrolet abrissem os mesmos 45 pontos à frente, num campeonato curto e com os melhores carros de ambas as marcas carregando peso extra, seria impossível uma recuperação dos carros da montadora Japonesa.
Outro ponto negativo é o modelo de pontuação com descartes, do mesmo modo que o lastro pune o sucesso, o descarte premia a incompetência e as quebras, um erro, uma batida cuja culpa não seja penalizada pelos comissários, o que acontece frequentemente, pode ser descartado. Uma quebra de qualquer componente por fadiga, cuja equipe buscando economizar, não efetua a troca no momento certo, também pode ter o resultado descartado, o que não me parece muito justo com as demais equipes que investem mais, reduzem suas margens de lucro e primam pela durabilidade de seus equipamentos.
A pontuação dobrada na etapa final, que num primeiro momento até pode parecer legal ver 11 pilotos “disputando” o título, mas não acho que seja justo que alguns pilotos vençam corridas e andem bem ao longo do ano e um azarão leve o campeonato por ter sido beneficiado por uma pontuação dobrada.
Um último detalhe, o limite de jogos de pneus para usar durante o ano, em nome de uma pseudo redução de custos para as equipes, mas quando colocamos no papel o valor praticado pela fornecedora de peças, o custo de alguns jogos de pneus a mais ou a menos não faz assim tanta diferença, quando se paga cerca de 4 mil reais num simples radiador de agua, isso para dar o exemplo de apenas um item, que no mercado custa em torno de 700 reais.
No geral, comercialmente foi um ano muito interessante para a Stock Car e as ultimas noticias são bem animadoras, a chegada de duas novas equipes, formadas por pessoas experientes vindas de grandes equipes, faz muito bem para a Stock Car, afinal, o domínio de dois ou três times, só é bom para estes, é louvável ver uma equipe como a Eurofarma RC conquistando seu quarto título seguido, mas para a Stock Car como um todo, é bom que haja alternância de vitorias e títulos.
Esperamos que em 2021, o sucesso comercial da categoria, não seja ofuscado pelo regulamento de disputa criado por ela mesma.
Como sempre objetivo, inteligente e com uma riqueza de informações ímpar.
ResponderExcluirObrigado amigo
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