Pular para o conteúdo principal

Copa Truck: Fumaça Zero?

 


Afinal, é permitida a emissão de fumaça pelos caminhões da Copa Truck?

Opinião Regii Silva:

Vou começar dizendo que o meu objetivo sempre foi e será esclarecer para o público algumas aberrações que acontecem no nosso esporte, não tenho Equipe de Truck, não sou simpático à CBA e ao contrário do que muitos pensam, estou perdendo tempo e dinheiro enquanto paro para escrever, jamais ganhando. Dito isso, vamos ao assunto:

No último final de semana a Copa Truck esteve em Pinhais, no Paraná, para a quinta etapa, como sempre com duas corridas no domingo, já no sábado durante o treino para formação do grid, 15 trucks foram desclassificados ou excluídos por apresentarem “excesso de fumaça”, segundo informativo da cronometragem, assinado digitalmente pelos comissários. Abaixo o documento.

O que se viu depois foi uma série de reclamações vindas de pilotos e chefes de equipe, não apenas no interior do AIC, como também em suas redes sociais, a coisa parecia tão absurda que me dei ao trabalho de baixar o Regulamento Técnico da categoria para entender o significado de “excesso de fumaça”, qualquer pessoa com um mínimo de inteligência entende por excesso, algo que que é demais, algo que supera um limite. Pois bem, lendo o artigo 32, parágrafo único observamos o seguinte;

Proibida a emissão de fumaça durante os TREINOS LIVRES, CLASSIFICAÇÃO E CORRIDA E TAMBÉM NO BOX A QUALQUER MOMENTO DA ETAPA. Verificado pelos comissários técnicos a emissão fumaça, a qualquer momento, o piloto será punido conforme artigo 15.1 do Regulamento Desportivo”.

Daqui pra frente vou deixar que vocês leitores, interpretem como desejar o artigo acima e o que segue.

Não sou mecânico, sou Jornalista, mas se alguém, escreveu num regulamento que é “proibida” a emissão de fumaça, este deve ter subsídios técnicos suficiente para afirmar que sim, é possível um Truck de corrida não emir fumaça alguma. Vou além, se todas as Equipes e Pilotos que, espero, tenham lido este artigo e concordado com ele, acreditam também ser possível o que chamarei aqui de “fumaça zero”.

Automaticamente isso embasa todas as punições feitas no sábado e quaisquer outras que tenham acontecido no domingo durante as duas corridas. Até aqui, bom trabalho dos comissários que enxergaram fumaça e puniram como o regulamento da categoria pede.

Mas, e o tal “excesso de fumaça” que tanto falam? Inclusive termo usado pelos próprios comissários durante as punições aplicadas? Se o regulamento diz “fumaça zero”, haveria então uma tolerância velada por parte de quem tem que punir pela letra do regulamento? Se há uma tolerância ilegal, esta tolerância se aplica a quem ou em que caso? Seriam os olhos dos comissários capazes de calcular o m3 de fumaça emitido por um caminhão. Se sim, qual seria o número tolerável? Ou os olhos de águia acabam sendo afetados por algumas cores presentes nos Trucks impedindo que o “superpoder” funcione? Ironia à parte, óbvio que dirão que utilizam câmeras para detectar isso, mas o olho que analisa não é o deles?

Novamente assisti as corridas 1 e 2, agora conhecendo o regulamento, de início parece que o comentarista do Sportv, Luciano Burti, está mais bem informado que muitas equipes, pois ele explica que o ponto onde não se “tolera” fumaça seria apenas na reta (o regulamento diz “fumaça zero”), pois bem, seguindo esta ótica, o pole position antes mesmo da largada, na placa dos 30”, despeja uma tonelada de fumaça, parado na posição de largada que fica “na reta”. Ok estou sendo irônico. Volta de apresentação, todos os caminhões emitem fumaça inclusive o Safety Truck, “na reta”, nas retomadas, nas curvas de alta e de baixa (o regulamento diz “fumaça zero”).

Assim segue a corrida toda e na corrida 2 é a mesma coisa, duvida? Vou deixar abaixo o link para as duas corridas do final de semana, como disse, julguem por vocês mesmos.

O que consigo concluir disso tudo é que;

A própria categoria cria um regulamento que absolutamente não consegue cumprir.

Os comissários fazem vista grossa para o item 32 do Regulamento Técnico da Copa Truck.

Os comissários punem por afinidade ou falta de, pois se seguissem o artigo 32, de 2018 até aqui, em nenhuma corrida haveriam vencedores nem caminhões chegando ao final, todos seriam excluídos.

Definitivamente o termo “excesso de fumaça” vem de outra categoria que já não existe mais e pilotos, chefes e comissários ainda usam este termo, comissários julgam, não pelo regulamento, e sim por este termo, punem quem querem e fecham os olhos para outros.

Para concluir, seria ótimo se a Copa Truck emitisse zero de fumaça, ecologicamente falando, mas isto está longe de acontecer, o problema foi colocar este “sonho” no Regulamento, antes mesmo de encontrar a solução técnica para impedir esta fumaça de sair pelos escapamentos dos brutos.

Abaixo link para as corridas 1 e 2, tirem suas próprias conclusões.


CORRIDA 1

https://www.youtube.com/watch?v=YiRoJ78yh9Q&t=2252s

CORRIDA 2

https://www.youtube.com/watch?v=zOIML613aGs&t=1830s



Comentários

  1. Perfeito o seu comentário
    Tem fumaça e fumaça com cor de patrocinadores

    ResponderExcluir
  2. É a impressão que passa Luiz

    ResponderExcluir
  3. A extinta Fórmula Truck (agora quem sabe renovada e com novo dono) nos últimos anos adquiriu um equipamento eletrônico que detectava os níveis de fumaça. Zero nunca foi e nunca será, pois eles queimam óleo diesel e nas acelerações de retomada de velocidade, saídas de curva e tal, é praticamente impossível unir potência e pouco combustível nos caminhões. Realmente, como você disse, os comissãrios punem pela falta de afinidade ou importância do piloto/, punem aqueles pilotos que reclamam deles e passam a ser personas non gratas. Lamentável ver esse termo fumaça zero ainda em vigor. Realmente, não teríamos nenhuma etapa da Copa Truck, mas a CBA pouco se importa com isso desde que receba as taxas de inscrição e outras caras de pilotos e equipes..

    ResponderExcluir
  4. Realmente, e quando a própria categoria cria um item esdrúxulo como esse no regulamento, "proibido fumaça" aí é o fim da picada mesmo.

    ResponderExcluir
  5. Na extinta categoria do Aurélio também foi adotado um catalizador no escape que quase impedia totalmente a emissão de gases e fumaça, acho que os caras acharam caro e abandonaram, então é possível sim fazer uma categoria menos poluente, mais bonita e que se enxergue as corridas, o defeito todo não são só os comissários, exatamente como você falou, o regulamento é muito mal feito.

    ResponderExcluir
  6. Acho que você não leu a matéria, pois o teor completo da matéria é sobre um regulamento extremamente fora da realidade, aliado a um comportamento no mínimo discutível dos comissários. O texto é dobre isso.

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

Quanto Custa? Parte 1: Formula 1600, Formula Inter e Formula 3.

Qualquer piloto que ingresse no Kart, com raras exceções, tem como objetivo uma carreira no automobilismo, num primeiro momento não há piloto jovem ou pai de piloto que não tenha se imaginado, ou imaginado o filho, chegando a Formula 1. Lamento dizer, mas este sonho se torna cada vez mais difícil de alcançar e por muitos motivos. Um deles é a falta de planejamento e de alternativas que devem ser pensadas já no inicio da carreira no Kart.  Pais, managers e treinadores devem ter em mente e passar isso ao piloto, que embora o sonho seja a Formula 1, existem outras categorias espalhadas pelo mundo onde se pode ser profissional e viver de automobilismo, e mesmo seguindo com o sonho de chegar ao topo, existem etapas que devem ser respeitadas ainda dentro do automobilismo nacional a fim de ganhar experiência e progredir de maneira que cada degrau seja vencido rumo ao objetivo traçado. Nesta primeira parte, vamos mostrar algumas alternativas para quem pretende seguir carreira no automob

Piloto é Atleta?

Como sempre, um assunto é noticiado, o sensacionalismo é feito, a pseudo “imprensa” acompanha, porem pra cada fato novo, cada morte nas pistas, cada burrada da Confederação, é bem comum os “jornalistas” apontarem um fato, focarem no acontecido e bater na mesma tecla até aparecer outro fato. O difícil é ver alguém disposto a discutir fatos, dar soluções levantar questões. O assunto da ultima semana foi um novo caso de doping no Automobilismo, mais não parece estranho o próprio termo “doping no automobilismo”? Pouca gente sabe, e os sensacionalistas se “esquecem” de explicar que as leis anti-doping mundiais, as quais a FIA e CBA obedecem, foram criadas para impedir que “atletas”, pudessem levar vantagem em competições sobre outros “atletas”, através do uso de substancias que de alguma forma, aumentem a resistência ou potencia física. Atleta: 1 Pessoa dedicada a pratica de exercícios físicos; ginasta. 2 pessoa que pratica esportes, jogador; esportista. 3 pessoa robusta. (Dicionário Luf

William Starostik: suspenso por 30 dias.

O ultimo comunicado da CBA, convocando empresas para Promover o Campeonato de Caminhões causou tanto alvoroço que outro comunicado, este do STJD, acabou passando quase despercebido. Segue comunicado: O que me estranha em todos estes casos de doping, e não são poucos, é que as punições quase sempre vêm em períodos de recesso dos campeonatos ou em que o Piloto em questão não esta disputando campeonato algum. Chamam isto de afastamento preventivo, tudo bem, pode ser que estejam esperando a contraprova para realmente atestar uso de substância indevida. Mas e se a contraprova der negativo? Neste caso o piloto já foi exposto, porem e se realmente for atestado positivo. Já que os trinta dias de afastamento contam na pena principal, que pode ser de 1 a 12 meses. Digamos que a pena fosse de 1 mês de afastamento, então o piloto já a teria cumprido durante o afastamento preventivo certo? Aí eu pergunto; Tem campeonato Brasileiro de Marcas rolando durante estes trinta