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Pietro Fittipaldi e suas escolhas


Em plena recuperação após grave acidente em Spa, neto de Emerson Fittipaldi terá tempo para avaliar as escolhas erradas até aqui e as que terá de fazer no futuro.

Longe de mim, querer avaliar as escolhas que os pilotos fazem em suas carreiras, posso no máximo analisar com base em acontecimentos, como neste caso de Pietro. Claro que toda e qualquer escolha do próprio piloto e de seus familiares e agentes, foi sempre com as melhores intenções.

É de se imaginar que o motivo pelo qual optaram por disputar três campeonatos distintos, Indy, WEC e Superformula Japonesa, tenha sido para que o jovem de 21 anos adquirisse o máximo de quilometragem possível, e isto deveria ser encarado como positivo, porem, quando se trata de três campeonatos em três diferentes continentes a coisa já começa a complicar.

Para um jovem, repito, com apenas 21 anos, Pietro este ano não faria outra coisa senão viajar e pilotar, e por mais que a técnica fosse aprimorada, o psicológico estaria confuso, tendo de trocar diversas vezes ao ano de tipo de equipamento, forma de pilotagem, fuso horário e muito mais.

Façamos um exercício de imaginação e nos coloquemos no lugar deste jovem, os próximos dias de Pietro seriam, alem da corrida em SPA com o protótipo da Dragon, viajaria para Indianápolis para a corrida mais badalada e disputada do mundo em um oval de altíssima velocidade, sairia de lá e iria ao Japão para correr em um monoposto bem diferente de um F-Indy em seguida voltaria para a Europa correr novamente de protótipo.

Apesar da boa intenção, penso que tal maratona tiraria o foco de qualquer um, desde que surgiu para o mundo, o neto de Emerson tinha como alvo seguir os passos do avô, ou seja, a Formula 1, foi visando isso que foi para a Europa e se tornou Campeão da Word Series.

Claro que o caminho natural seria a Formula 2 e em seguida tentar a Formula 1, mas a carreira de Pietro deu uma guinada para os EUA, ótimo, isso também é bom, fazer carreira na America como o avô, mas de uma certa altura parece ter se perdido, claro que muitas das decisões são coletivas entre família, agentes e o próprio piloto, e hoje o próprio pai de Pietro, Guga da Cruz admite que se precipitaram a assumir tantos compromissos para o garoto.

O acidente em SPA, nada tem a ver com estas decisões, mas quanto mais corridas, em equipamentos diferentes, maior o risco que se corre, especificamente parece ter sido um problema eletrônico no carro, que simplesmente apagou, pessoas dirão; Poderia acontecer na Indy ou na Superformula. Concordo, poderia, mas repito, quanto menos corridas, menos exposição a tais riscos.

Agora, se recuperando da fraturas em ambas as pernas, Pietro deve estar se lamentando por ficar de fora das 500 Milhas e de um teste que faria no próximo dia 14 pela Haas na Formula 1, o que o colocaria novamente na direção para a qual sempre sonhou.

Tempo para pensar, e quem sabe, repensar sua carreira, Pietro terá de sobra enquanto se recupera, e esperamos que esta recuperação seja em tempo Record, mas que o garoto não tenha pressa de adquirir a experiência que deseja, pois a experiência verdadeira vem com o tempo e não com quilometragem.

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