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A nova Formula 1 de sempre.


Enfim a temporada 2020 começou, porém sem muitas novidades, domínio da Mercedes, punições exageradas e mais um erro de Vettel.

Opinião Regii Silva:

Em meio a protocolos rigorosos de segurança com relação ao Covid-19, uma deprimente Formula 1 se apresentou na Áustria, arquibancadas vazias, usadas agora como outdoors, o silêncio onde antes um mar de pessoas vestidas de Laranja aplaudiam cada passagem de Max Verstappen, ninguém para lamentar a quebra de sua RBR ainda nas primeiras voltas, a primeira de muitas quebras. Os gigantes Motorhomes das equipes dando lugar a containers e um número insignificante de Jornalistas circulando mascarados pelo paddock vazio.

Na pista, o “novo” deu lugar ao “de sempre” já nos primeiros treinos livres, a velha Mercedes, agora vestida de preto, dominou todas as sessões do fim de semana com Hamilton, todas, menos a mais importante, no Q3 a pole ficou com Valteri Bottas, mas nem isso foi novidade, pois o Finlandês costuma dar as caras no início das temporadas.

Poucas disputas por posições e uma incrível sucessão de quebras, tornaram a corrida meio monótona.

Na Mercedes, um suposto problema de sensores fez com que Hamilton apenas comboiasse Bottas, sem liberdade para atacar o companheiro, uma punição absolutamente equivocada dos comissários tirou o segundo lugar conquistado na pista, numa manobra, a meu ver, normal quando o Tailandês Alex Albon tentou por fora no final da reta e Lewis apenas deixou o carro espalhar pra cima da RBR, o choque fez com que Albon rodasse e perdesse um importante pódio para ele para a equipe, com a punição, Hamilton caiu para quarto.

A surpresa da temporada fica por conta da Racing Point, apelidada “xerox” da Mercedes desde a pré-temporada com um projeto idêntico ao da Mercedes da temporada passada, a “pantera cor-de-rosa” se colocou como a terceira força em todo o final de semana, sempre com Perez a frente de Stroll.

A RBR que definitivamente se coloca como a única equipe a brigar com a Mercedes neste início de temporada, foi prejudicada pela quebra de Max Verstappen e pela inexperiência de Albon, mas restou a sensação de que se permanecesse na corrida, Verstappen seria capaz de dar mais trabalho para Hamilton e Bottas.

A Ferrari foi salva de um vexame maior, graças a punição de Hamilton, e claro, a consistência no trabalho de Charles Leclerc, que mesmo tendo um carro ruim, foi constante e não cometeu erros. A equipe Italiana levou para a Áustria, exatamente o mesmo carro da pré-temporada e atualizações estão previstas apenas para a terceira etapa.

Algo a esclarecer sobre a Ferrari, afirmado erroneamente pela transmissão da corrida é que sim, a equipe Italiana “contornou” o regulamento no ano passado na construção de seus motores, porém, o baixo desemprenho dos carros em reta, não se deve apenas a uma unidade de potência dentro do regulamento neste ano, mas também ao fato de, depois de dois anos projetando um carro que primasse pela velocidade em reta, e não só no motor, mas aerodinamicamente, este ano a equipe mudou completamente o rumo, buscando um carro que tivesse uma maior velocidade de curva, a exemplo das Mercedes, mas já nos primeiros testes em túnel de vento, ficou claro que esta decisão foi errada, e não há nada mais a fazer senão minimizar os erros de projeto com atualizações futuras.

Sebastian Vettel certamente não está nada motivado na equipe e pelo fato de não saber se estará na Formula 1 em 2021, mas o erro grosseiro ao praticamente atropelar a Racing Point de Sergio Perez e sair rodando, cena comum nos últimos dois anos, só faz parecer que a Ferrari tem um pouco de razão em nem negociar uma prorrogação de contrato com ele.

Bom mesmo foi ver a McLaren voltar ao pódio e com Lando Norris, que fez uma corrida quase perfeita. Mesmo não vivendo um bom momento financeiro, a equipe parece estar no caminho certo de competitividade e promete lutar ao lado de Ferrari e Racing Point pelo posto de terceira força do campeonato.

A “nova” Formula 1 de sempre, volta a pista já no próximo final de semana ainda na Áustria para a segunda das oito etapas confirmadas até aqui, e esperamos uma corrida mais movimentada, com menos quebras e uma nova chance para o piloto “da casa” Max Verstappen mostrar que tem alguma chance de jogar agua no champanhe das infalíveis Mercedes.







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