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Mais uma parte do automobilismo se vai.



Meu último post aqui foi por um motivo triste, não apenas pelo falecimento do Piloto Tuka Rocha, mas pela forma, no mínimo afobada, com que foi noticiada durante uma transmissão ao vivo pelo Sportv, quando o piloto ainda nem estava morto. Resolvi pela enésima vez parar de escrever e dar um tempo com o automobilismo.
Hoje estou de volta e o motivo é mais triste ainda, não que a perda de uma pessoa seja mais importante que a de outra, não, mas a pessoa em questão, indiretamente foi uma das responsáveis por estes mais de 9 anos do Blog do Regii.
Afonso Celso Rangel Santos, para mim, simplesmente Afonso, o cara sorridente que circulava pelo Paddok, figura simples, de linguajar simples, gestos simples, ali em nada lembrava ser o Pró-reitor da Universidade Tuiuti do Paraná. Calça Jeans, camiseta e tênis, ali era o Piloto Afonso Rangel.
A história que um dia eu iria contar, num livro que um dia eu iria terminar, teriam alguns capítulos onde parte da sua vida praticamente se fundiria àquela equipe de automobilismo que ele ajudou a fundar.
Foram muitos encontros, todos nas pistas, lá ele tinha em mim dois ouvidos atentos ás histórias do passado e projetos para o futuro, generoso, sempre se mostrava atento as coisas que eu aqui postava. No início, eu era seu leitor, Afonso tinha um blog sobre automobilismo e automóveis, depois ele passou a ler meus posts, agradava a forma ácida com que escrevo, mas a falta de frequência o incomodava e ele dizia que eu devia ser mais assíduo.
O contato pessoal, nas pistas, veio através de amigos em comum e muito pelo “tal livro”, toda oportunidade que tinha de encontra-lo, sugava o máximo de histórias possíveis da época. Ficava sempre a promessa de um almoço, um jantar, um café que não iremos tomar, mas a cada encontro adiado, a sensação de que voltaria a vê-lo e ouvir suas histórias.
Com o velho Afonso, assim como o jovem Tuka, se foi uma pequena parte do automobilismo, esse mal necessário em nossas vidas, se olharmos em volta, estamos nos tornando poucos, poucos que sentem um arrepio a cada vez que cruzam o portão de um autódromo e desistir de sentir esse arrepio, é dar as costas a pessoas como eles, eu não tenho esse direito, não me dou esse direito.
Na próxima corrida, estarei lá, por eles, se tiver um Marques na pista, vou parar em frente o box, cruzar os braços, olhar para um lado e para o outro, vou ficar ali, sei que ele não vai aparecer, colocar a mão no meu ombro e perguntar “como está o blog”, mas vou estar lá e vou seguir aqui, não com a frequência que ele cobrava, mas com a verdade que ele admirava.
A cada vez que pensar em desistir, vou lembrar do Afonso e continuar.

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