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No money, no Race.

Esta é e sempre foi a lição principal para quem quer viver de automobilismo no mundo, mas como vivemos no país do improviso, por estas bandas vez ou outra, aparecem os aproveitadores com a ilusão de que conseguem, mesmo sem nenhum centavo no bolso, não apenas participar de um campeonato, ou mais, criar o seu próprio campeonato. Foi exatamente o que aconteceu com a “natimorta” Super Cup, a empresa organizadora do tal campeonato, a MAGP Maranata Promoções e Eventos, cujo proprietário Davi Arraz, empresário, piloto e apresentador, pensavam ter em suas mãos a “galinha dos ovos de ouro”, pois alugaria os carros da antiga Super Clio, por um certo valor, e os repassaria aos pilotos, por um valor três vezes maior, e não só isto, comandaria um evento grandioso onde a corrida fosse algo secundário, e lógico lucrando com a bilheteria, aluguel de espaços, alimentação e bebidas vendidas no evento. Só que com um porem, sem investir um centavo sequer, até eu gostaria.

Mas de onde viria o dinheiro para realizar tal evento? Apenas e tão somente dos pilotos, que ao assinarem um contrato com uma categoria, que prometia ser nacional e a um custo de 120 Mil para o campeonato todo, uma verdadeira pechincha. E como pode dar errado? Simples, o dinheiro que viria dos pilotos acabou sendo aceito não exatamente em dinheiro, por exemplo, um dos pilotos que era dono de uma casa noturna, emprestou o espaço, para a apresentação da categoria, lógico que isto custaria pelo menos a metade de uma etapa do campeonato, outro piloto, era patrocinado por um dos patrocinadores do evento, ou seja, o custo deste já cairia pela metade, o patrocínio oficial da Super Cup, era uma empresa chamada D+ Sabor, que pertence ao senhor Davi Arraz, e para concluir o próprio Davi, pilotaria um dos carros, obviamente sem custo. Perceberam como isso não tinha a menor chance de vingar?

O saldo de tudo isto foi, vários pilotos a pé, alguns até já tendo adiantado algum dinheiro, a Equipe Max Power Racing que faria a preparação dos carros, a ver navios, e um prejuízo para a Marques Motorsports que investiu um capital considerável para deixar os carros em condições para serem alugados à Super Cup.

Na semana passada conversei com um dos pilotos e ele contabilizava um prejuízo de 8 Mil apenas com os equipamentos que acabara de comprar, macacão nomex, capacete, Hans, etc..

Não nos cabe julgar, as pessoas envolvidas, nem tão pouco condenar por antecipação, nosso objetivo, como sempre foi deste blog, é procurar levar a verdade dos fatos a publico, e quando possível, apoiar e defender, o publico e pilotos, que são os responsáveis pelo verdadeiro espetáculo do automobilismo. Neste caso em específico, chamar para realidade os sonhadores, e ainda que a realidade seja dura, repetir, não se faz automobilismo apenas com sonhos, automobilismo se faz com trabalho e dinheiro.

Aos pilotos, desconfiem, não se corre com um equipamento de primeiro mundo, num campeonato nacional, ao custo de uma temporada de Kart.

Aos organizadores, jamais tornem a fazer dos sonhos de alguns, a escada para realizar os seus.

Fica a dica.

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